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Paralisação de rodoviários do DF entra no segundo dia

Paula Laboissière* - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/06/2015 - 12:03
Brasília
Greve dos rodoviários do DF dificulta a volta para casa para quem foi trabalhar. Sem ônibus, a população teve que recorrer ao transporte alternativo ou ao metrô (Valter Campanato/Agência Brasil)
© Valter Campanato/Agência Brasil
Mais de um milhão de pessoas continuam sem ônibus no Distrito Federal pelo segundo dia consecutivo. A população usa transporte alternativo e o trânsito fica complicado com mais carros nas vias (José Cruz/Agência Brasil)

Mais de um milhão de pessoas continuam sem ônibus no Distrito Federal pelo segundo dia consecutivo. A população usa transporte alternativo e o trânsito fica complicado com mais carros nas viasJosé Cruz/Agência Brasil

Rodoviários do Distrito Federal entraram hoje (9) no segundo dia de greve. A categoria pede reajuste de 20% nos salários e de 30% no auxílio-alimentação e na cesta básica, além da manutenção dos planos de saúde. A estimativa do Transporte Urbano no Distrito Federal (DFTrans) é que a paralisação afete mais de 1 milhão de passageiros.

A manicure Josilene Moreira, 43 anos, mora no Varjão, a cerca de 10 quilômetros da área central de Brasília, e trabalha a perto de casa, mas prefere pegar ônibus todos os dias por medo de fazer o trajeto a pé sozinha. “Em dias comuns, fico 30 ou 40 minutos esperando ônibus. É um absurdo. Hoje, não sei que horas vou sair daqui”, contou, enquanto aguardava na parada.

Diante da greve, a opção adotada por muitos é o chamado transporte pirata – veículos sem licença para conduzir passageiros. Os preços cobrados, neste caso, chegam a R$ 10, dependendo do horário de circulação. A todo momento, é possível ver ônibus, micro-ônibus e vans piratas circulando pelas diversas regiões do DF.

“A situação é péssima. Já peguei transporte pirata ontem e hoje, provavelmente, vou ter que pegar de novo. O problema é que até eles estão passando lotados”, reclamou a recepcionista Sabrina Dias, 26 anos, moradora do Paranoá, a cerca de 20 km da Rodoviária de Brasília. Mesmo saindo de casa com mais de uma hora de antecedência, a jovem já sabia que chegaria atrasada ao trabalho por causa da paralisação.

Irene Rodrigues, 42 anos, mora no Itapoã, região a 15 km do centro de Brasília, e acordou cedo para acompanhar a filha em uma consulta médica, mas não sabia se conseguiria. “Minha menina foi ainda mais cedo com a vizinha, de transporte pirata mesmo. Daqui não tem ônibus nenhum saindo. Não tenho como ir. Até pirata está faltando”, contou.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal, Jorge Farias, informou que não há previsão para o fim da greve. Segundo ele, a categoria ainda não foi procurada pelo governo ou pelas empresas para negociar e, portanto, não há proposta a ser votada em assembleia.

*Colaborou Sayonara Moreno, do Radiojornalismo da EBC