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Um em cada dez brasileiros já sofreu discriminação em serviço de saúde

Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 02/06/2015 - 10:13
Rio de Janeiro
Acidente entre dois trens da Supervia deixa mais de 140 feridos no Rio. Foto do Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, Baixada Fluminense (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um em cada dez brasileiros já foi discriminado nos serviços de saúde público e privado do país.  A informação consta na segunda parte da Pesquisa Nacional de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi lançada na manhã de hoje (2) com base em dados de 2013.

 

Acidente entre dois trens da Supervia deixa mais de 140 feridos no Rio. Foto do Hospital Geral de Nova Iguaçu, conhecido como Hospital da Posse, Baixada Fluminense (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um em cada dez brasileiros já sofreu discriminação em serviço de saúde Tânia Rêgo/Agência Brasil

Das vítimas, 53,9% afirmam que o preconceito foi motivado por falta de dinheiro. Os entrevistados podiam declarar mais de um motivo para a discriminação, e 52,5% disseram que a agressão se deu por causa de sua classe social. O estudo não questionou se a agressão foi física, verbal ou psicológica.De acordo com a pesquisa, 10,6% dos entrevistados declararam já ter sido discriminados, o que, em uma projeção para toda a população, leva a um número absoluto de 15,4 milhões de pessoas.

Outros motivos apontados pelas vítimas foram: tipo de ocupação (15,6%), tipo de doença (14,8%), raça/cor (13,6%), idade (12%), religião (8,1%), sexo (3,7%) e preferência sexual (1,7%).

Pessoas com 30 a 39 anos (11,9%) e com 40 a 59 anos (12%) foram as que mais declararam ter sido discriminadas. Os dados mostram que 11,6% das mulheres sofreram com o problema, enquanto entre os homens o percentual é 9,5%.

A pesquisa constatou que a discriminação foi menos frequente entre pessoas brancas (9,5%) que entre pretas (11,9%) e pardas (11,4%). A terminologia adotada pelo IBGE considera negra a população preta e parda.

O percentual de discriminados também cai conforme o nível de instrução. Enquanto 11,8% dos entrevistados sem instrução ou com ensino fundamental incompleto apontaram ter sido discriminados, 8% dos com nível superior declararam ter passado pelo mesmo problema.

Tocantins é o estado em que as pessoas mais afirmam ter sido discriminadas nos serviços de saúde público e privado, 18,4%, acima do percentual nacional (10,6%). Considerando a margem de variabilidade da pesquisa, o indicador pode chegar a 22,2% em Tocantins, duas vezes maior que o nacional, ou cair para até 14,7%.

Amapá (14,8%) e Paraná (14,8%) empataram na segunda posição. O Espírito Santo (5,8%) teve o menor percentual.