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Médicos protestam contra problemas na saúde pública no estado do Rio

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/07/2015 - 19:23
 - Atualizado em 10/07/2015 - 10:01
Rio de Janeiro

Um grupo de médicos protestou hoje (9) contra a situação da rede pública de saúde no estado do Rio de Janeiro. Em frente à Secretaria de Estado de Saúde, no centro, eles cobraram a abertura de novos leitos e a contratação de mais profissionais. Também lembraram que está atrasado o pagamento de serviços de manutenção, limpeza e segurança em algumas unidades.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, foram fechados cerca de mil leitos nos últimos dez anos no estado, com o encerramento das atividades no Hospital Central do Iaserj (Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro) e no Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, por exemplo. Agora, segundo ele, “cabe à população peregrinar por leitos ou acabar espremida nos corredores de alas de emergência”.

“O que está acontecendo no Rio de Janeiro é uma política genocida de saúde, é um crime de lesa-humanidade”, disse Darze, durante o protesto. “A saúde pública não é uma benesse, é um direito da população previsto na Constituição”, completou Darze.

Para cobrar o governo, o Cremerj, que participou da manifestação, entrou com representação na Procuradoria-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, na semana passada, para que sejam investigadas omissões no setor de saúde pelo governador do estado, Luiz Fernando Pezão. Segundo o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez Queimados, a situação é de negação do atendimento a quem precisa.

“O governador suspendeu as firmas de manutenção e de limpeza e de segurança. Fora isso, cancelou o atendimento ao trauma ortopédico do idoso que estava sendo feito no Hospital da Ordem Terceira da Penitência (hospital privado, remunerado por transplante e trauma ortopédico de idosos), e redirecionou às emergências”, criticou Vazquez, lembrando que as emergências do estado estão lotadas. “Isso interfere na recuperação do idoso, porque o idoso se recupera melhor quando a cirurgia é feita depois do trauma e, agora, vai ter que esperar”, afirmou o presidente do Cremerj.

A representação do Cremerj à Procuradoria-Geral também lista problemas no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro, nos hospitais estaduais Darcy Vargas, Rocha Faria e Carlos Chagas, como escassez de material, falta de profissionais e superlotação.

No Hospital Carlos Chagas, a pediatra Mônica Vieira, que trabalha na unidade, resumiu: “Tem dias que nem os profissionais conseguem passar entre as macas [nos corredores]. A emergência está cheia, cheia, de um lado e de outro, e o paciente fica sem assistência.”

Em resposta, a Secretaria de Saúde divulgou um comunicado: “[O ógão diz que] respeita a atuação do Cremerj [Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro] e está à disposição do conselho". E lembra ainda que representantes do Cremerj já foram recebidos em diferentes ocasiões para discutir a saúde estadual, porém a secretária não esclarece quais medidas estão sendo tomadas para resolver os problemas citados.