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Ministros e ONU Mulheres repudiam ofensas sexistas a Dilma

Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 03/07/2015 - 18:41
Brasília

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, recebe hoje (3) o diretor de Relações Governamentais do site de vendas Mercado Livre, Murilo Laranjeira. Ele pediu ontem (2) para falar com a ministra depois que adesivos com ofensas de cunho sexual à presidenta Dilma Rousseff foram expostos à venda no site.

Eleonora Menicucci informou que o material foi produzido em Recife e que foram vendidas cinco unidades, cada uma a R$ 38,90. “Eu vou ouvir, mas comunicarei a ele que, do ponto de vista civil e penal, ele também será responsabilizado”, disse a ministra, que fez representação ao Ministério Público Federal, à Advocacia-Geral da União e ao Ministério da Justiça pedindo investigação e punição para os responsáveis. O Mercado Livre é uma espécie de vitrine para vendedores independentes comercializarem seus produtos. Os adesivos foram retirados do site.

Representantes da Marcha das Margaridas 2015 entregam pauta de reivindicações ao governo (Valter Campanato/Agência Brasil)

Ministros repudiam adesivos ofensivos à presidenta Dilma vendidos na internet  Valter Campanato/Agência Brasil

Durante a entrega da pauta de reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas, Eleonora Menicucci, e os ministros Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, repudiaram a ofensa e disseram que a consideram uma violência de caráter machista contra todas as mulheres.

A ONU Mulheres emitiu nota de repúdio aos “ataques sexistas” a Dilma e disse que se trata de violência política sem precedentes. A nota ressalta que “é ultrajante e extremamente agressiva a apologia de violência sexual" contra a presidenta, retratada em adesivos para automóveis, como "expressão de misoginia [ódio, desprezo ou repulsa ao gênero feminino e às características a ele associadas] e interpelação dos direitos humanos de mulheres e meninas”.

A entidade defende que nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem ou justificar a banalização da violência contra a mulher – prática patriarcal e sexista que invalida a dignidade humana.