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Meio Ambiente

Lideranças religiosas assinam Declaração Fé no Clima, como contribuição à COP21

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/08/2015 - 22:22
Rio de Janeiro

Lideranças de 12 comunidades religiosas assinaram hoje (25), no Rio de Janeiro, a Declaração Fé no Clima, na qual manifestaram posicionamento de consenso sobre as mudanças climáticas. O documento pretende ser uma contribuição informal do segmento religioso brasileiro à 21ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), que ocorrerá a partir de 30 de novembro, em Paris.

A declaração será encaminhada à presidenta Dilma Rousseff e aos ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Foi sugerido também, na ocasião, que a declaração seja enviada ao papa Francisco, como um desdobramento da reflexão proposta na encíclica papal Laudato Si – Sobre o Cuidado da Casa Comum, além das entidades de meio ambiente dos governos estadual e municipal do Rio de Janeiro.

Os líderes religiosos participaram do Encontro Internacional Fé no Clima, promovido pelo Instituto de Estudos da Religião (Iser), em parceria com a organização Gestão de Interesse Público (GIP). O ponto central da declaração é que as mudanças climáticas não podem ser um tema apropriado no campo político e econômico, mas devem evidenciar a preocupação com as questões ambiental, de justiça e igualdade social e que isso não seja esquecido nas negociações entre os países.

“Porque, muitas vezes, isso vira uma discussão sobre quem emite mais e os mecanismos de pagamento por emissão. Não se deve perder de vista esse aspecto fundamental, que é a preocupação voltada para os ecossistemas e as pessoas mais vulneráveis”, destacou a antropóloga Maria Rita Villela, pesquisadora do Iser e coordenadora do encontro.

A Declaração Fé no Clima mostra a existência de sinergia também em relação à importância da confluência entre o conhecimento tradicional e o conhecimento científico e das comunidades tradicionais na defesa da natureza. O documento destaca o papel da juventude como propagadora da ideia de proteção do planeta. As lideranças religiosas sustentaram que o governo brasileiro precisa ser mais ambicioso no que se refere à redução das emissões de gases de efeito estufa, compatível com a necessidade de limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius até 2100.

As lideranças assumiram o compromisso de levar para suas comunidades o debate sobre as mudanças climáticas, em linguagem de fácil acesso para todos, que permita refletir sobre como a humanidade pode  transformar os modos de vida, de forma a promover a sensibilização e mobilização efetiva sobre o tema. Reiteraram, também, a interdependência entre todos os seres do planeta, colocando o ser humano como mais um ente importante da criação e não o dominador sobre as demais criaturas.