Moradores de vila no Rio promovem festival cultural contra remoção
Moradores da Vila Autódromo, que não querem ser removidos do local, na zona oeste do Rio de Janeiro, promoveram hoje (15) uma série de ações culturais para chamar a atenção para o problema. A comunidade, que fica ao lado do Parque Olímpico, onde estão sendo construídas arenas para os Jogos Olímpicos de 2016, terá parte das casas removida pela prefeitura.
O movimento, denominado Festival Cultural #OcupaVilaAutódromo, tem apoio de movimentos sociais, entre eles o Comitê Popular Rio da Copa e das Olimpíadas.
Os destaques do festival foram apresentações de música e de teatro e exibição de dois filmes sobre a Vila Autódromo: Se Essa Vila Não Fosse Nossa, do diretor Felipe Pena, e The Fighter, produzido pela organização não governamental Children Win.
Também foi lançado o livro SMH 2016: remoções no Rio de Janeiro Olímpico, de Lucas Faulhaber e Lena Azevedo. Durante o festival, a pesquisadora do Departamento de Arquitetura da Universidade Federal Fluminense (UFF), Regina Bienenstein, contrária à remoção, informou que não é necessário retirar ninguém. Ela já fez um projeto para revitalizar a área.
“Ainda há pelo menos 160 famílias morando no local. Fizemos um plano popular mostrando que não era preciso retirar a comunidade. Mesmo com todas as demolições, ainda dá para urbanizar o 'miolo da Vila Autódromo', que é a parte mais larga. Temos feito atualizações, mostrando que é possível a permanência dessas famílias”, disse.
Na quinta-feira (13), o prefeito Eduardo Paes afirmou que parte das casas permanecerá na Vila Autódromo e parte será retirada. Segundo ele, haverá um plano de urbanização para as casas que permanecerem no local.