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Trabalhadores dos Correios no Rio entram em estado de greve

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 26/08/2015 - 06:04
Rio de Janeiro

Reunidos em assembleia na noite dessa terça-feira (25), os trabalhadores dos Correios no Rio de Janeiro aprovaram o estado de greve da categoria. A próxima assembleia, que pode decidir pela paralisação, está marcada para 15 de setembro.

A negociação do acordo coletivo está em andamento, com previsão para terminar no início de setembro. De acordo com o diretor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Estado do Rio de Janeiro (Sintect -RJ), Marcos Sant'Águida, a pauta deste ano tem 70 itens e segue três eixos: aumento real, contratação e segurança.

“Nós não obtivemos avanços até o momento, a empresa não apresentou nada. O que há é a inflação do período, indicadores do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Con sumidor (INPC), que estão em torno de 9%. Nós consideramos um direito nosso, mas estamos pedindo 10% de aumento real no salário. Sabemos que está difícil, por conta da conjuntura econômica, da crise que está instalada aí, mas, pelo que a gente viu, ainda não chegou aos Correios, mas está chegando em outras áreas por aí afora”, disse o diretor.

Os trabalhadores querem a realização de concurso público, já que, de acordo com Sant'Águida, o número de funcionários não aumenta há 15 anos, ao contrário da demanda pelos serviços de entrega. “O número que temos hoje, de 123 mil trabalhadores, não é alterado há mais de 15 anos. Em contrapartida, as cidades estão aumentando, a população aumentando, os Correios passaram a fazer entregas dentro do comércio eletrônico e não tem trabalhador, a sobrecarga é real.”

Quanto à segurança, Sant'Águida lembra que em cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo os caminhões de entrega têm sido vítimas contantes de assalto. “Aqui no Rio, a gente tinha um contrato de escolta, que amenizava um pouco, mas há bandido que assalta com escolta e tudo. Esse contrato foi rompido e estamos há 16 meses sem escolta. Os bandidos têm ficado na porta das unidades, tamanha a audácia. Eles estão inclusive no interior.”

A categoria reivindica também aumento no vale-refeição de R$ 30 para R$ 40 e no vale-cesta básica de R$ 158 para R$ 387; reajuste no diferencial de mercado, conforme cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse); manutenção do tíquete extra em dezembro; aumento de 15% para 25% do adicional de trabalho aos sábados; e cálculo para o pagamento das horas-extras e adicional noturno sobre o salário bruto.

De acordo com os Correios, as negociações estão em curso e as cláusulas financeiras serão tratadas em reunião marcada para quinta-feira (27). Quanto à contratação, a empresa destaca que criou mais de 13 mil vagas efetivas desde 2011 e está finalizando um concurso para preencher 2 mil vagas .

Sobre os assaltos, os Correios informam que usam ferramentas como veículos rastreados e monitorados, rastreadores de encomendas e escolta armada para garantir a segurança dos trabalhadores, além de manter acordo com a Polícia Federal para ações de prevenção e repressão de roubos a carteiros.