Chuvas podem tirar de situação crítica bacias que abastecem municípios paulistas
As chuvas que caem em São Paulo podem tirar de situação crítica as bacias que abastecem os municípios do interior do estado. Segundo a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa), empresa do município de Campinas, chove muito na região, e as águas já aumentaram a vazão da bacia do Alto Atibaia, que abastece Campinas, dos 4,15m³/s registrados ontem para 12,64m³/s.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), na medição feita ontem (7) as bacias hidrográficas do Alto Atibaia, Baixo Atibaia, Camanducaia e Jaguari (trecho paulista) mostraram baixa de vazão ao longo da última semana e, por isso, entraram em estado de alerta. As chuvas que começaram a cair desde ontem no estado podem mudar a situação.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já aponta alerta de acumulado de chuva para 364 municípios do estado. Campinas, Americana e Bragança Paulista estão incluídos. A previsão do Inmet para a semana é de pancadas de chuvas na região abastecida pelas bacias da região.
Se a vazão das bacias continuar baixando, ao invés de aumentar, indústrias, produtores rurais e população terão que restringir o uso de água. A medição de segunda-feira mostrou que a Bacia Camanducaia estava no limite e era o caso mais grave, registrando 1,55m³/s. O limite de vazão para essa bacia é de 1,5m³/s.
Segundo a ANA, caso as vazões dessas bacias caiam mais, “as captações para abastecimento e para consumo animal devem ser reduzidas em 20%. Para irrigação e indústrias, a redução é de 30% e para os demais usos a captação é interrompida”. As quatro bacias abastecem 47 municípios do estado de São Paulo. Cidades como Campinas, Americana e Bragança Paulista são abastecidas por elas.
As chuvas, no entanto, ainda não foram suficientes para mudar o cenário no Sistema Cantareira, que atende a capital paulista e municípios da região metropolitana. O nível do Cantareira manteve-se em 11,6% da sua capacidade total de ontem para hoje, índice ainda abaixo do volume morto, segundo boletim divulgado nesta terça-feira pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A pluviometria do Cantareira ontem foi de 0,1 mm.
Nos últimos 30 dias, o Cantareira perdeu 2,4 pontos percentuais, mas deve subir 0,5 e 1,5 ponto nos 30 dias seguintes, estima o Boletim Águas Futuras, projeto dos pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de São Paulo (USP).