Ministra diz que Brasil está engajado em viabilizar acordo do clima em Paris
O Brasil está na vanguarda para tentar costurar um acordo global da 21ª Conferência do Clima (COP 21), que será realizada em dezembro próximo, em Paris. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O principal objetivo é garantir um novo acordo entre os países para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, reduzindo o aquecimento global e limitando o aumento da temperatura em 2ºC até 2100.
De acordo com a ministra, que participou hoje de debate na Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) sobre a encíclica do papa Franciso sobre meio ambiente, o Brasil está engajado em viabilizar o acordo de Paris.
"Deveremos trabalhar soluções nessas negociações envolvendo três itens. O primeiro é a questão da diferenciação, como fazer para que todos os países possam convergir com o compromisso de aumento de até dois graus [Célsius] de temperatura neste século. O segundo diz respeito às soluções em relação a financiamentos. E o terceiro é podermos avançar em um debate sobre adaptação e esperamos que o Brasil possa lançar, até o fim do ano, para consulta, a proposta do Plano Nacional de Adaptação.”
A ministra destacou que o Brasil defenderá em Paris que o acordo deve ter, além de soluções financeiras e econômicas, uma proposta balanceada entre mitigação e adaptação. Segundo ela, o Brasil tem feito sua parte na redução das emissões de carbono e dos índices de desmatamento.
“O Brasil é o país que mais reduziu emissões e o desmatamento no planeta. Obviamente, temos o desafio de acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia e de ampliar as redes de monitoramento nos demais biomas brasileiros, além de buscar uma política de restauração florestal. São desafios enormes, mas somos o país que está propondo isso em primeira mão.”
Reitor da PUC, padre Josafá Carlos de Siqueira participou do debate e disse que o principal da encíclica papal é o resgate da ecologia integral. “Aí está o ponto central. Se conseguirmos, enquanto sociedade, resgatar a dimensão da pluralidade humana será um grande trunfo. É aí que tem a tríplice relação: com o transcendente, com o outro e com a natureza. Com isso, combateremos o individualismo”, conclui padre Josafá.