Rio de Janeiro atinge marca de 400 quilômetros de ciclovias
O Dia Mundial sem Carro, celebrado hoje (22) em cidades do mundo todo, também é motivo de comemoração no Rio de Janeiro: a cidade alcançou a marca de 400 quilômetros (km) de ciclovias, com a inauguração de uma rota de 10,4 km, que liga os bairros de Laranjeiras, Cosme Velho, Flamengo e Botafogo, na zona sul do Rio.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em sete anos, o Rio ganhou 250 km de vias para bicicletas: em 2008 a malha cicloviária era de apenas 150 km. A meta do governo é atingir, até 2016, 450 km de extensão.
“O Rio está se colocando entre as grandes cidades do mundo que tentam valorizar o ciclista", disse o arquiteto Igor Miranda, 25 anos, que utiliza a bicicleta em vários dias da semana para se locomover. Ele elogiou a expansão da malha cicloviária, mas fez um alerta, especificamente, sobre a rota inaugurada hoje. "Essa aqui de Laranjeiras tem partes boas sim, mas tem algumas [partes] em que o ciclista se sente inseguro por ter que competir com carros, motos e ônibus. Os motoristas geralmente não respeitam o nosso espaço na via, xingam a gente, passam tirando fino. É complicado”, lamentou.
O ciclista Vanderlei José Torroni, que mora em São Paulo e trabalha com a instalação de bicicletários, veio para a data ao Rio de Janeiro e acredita que a cidade merece o título de capital latino-americana em ciclovias. “Sem dúvida ela merece esse título, porque para todo lugar que eu olho eu vejo ciclovias, ciclorrotas, bicicletários, etc". O ciclista, no entanto, reforçou a preocupação com a segurança, expressa por outros ciclistas que usaram a nova rota. "Falando especificamente da [ciclovia] que está sendo inaugurada hoje, não dá pra dizer que é totalmente segura. Observei que rola uma disputa com os motoristas e, nas áreas em que passa pela calçada, com os pedestres também. Mas isso já é uma questão de educação”.
O subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, falou sobre a importância de se buscar alternativas de transporte ao carro, que é uma opção muito poluente. "São gases que vão para a atmosfera, fechando-a, fazendo com que tenhamos um planeta cada vez mais quente e com muitas mudanças climáticas. Enfim, são várias consequências que podem até vir a impossibilitar a vida no futuro. Então, é importante que a população busque outros meios, para que o carro seja usado de maneira consciente, racional, fazendo com que esses efeitos diminuam. Temos que fazer a nossa parte”, finalizou.