Especialistas pedem ao governo para ouvir sociedade sobre a Baía de Guanabara
![Em meio a críticas sobre a qualidade da água, Baía de Guanabara sediará o primeiro evento-teste para as Olimpíadas de 2016(Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil)](/sites/default/files/atoms/image/925139-ba%C3%ADa%20de%20guanabara_rj_030513_3.jpg)
Segundo dados do Instituto Baía de Guanabara, a região tem mais de oito milhões de habitantes em seu entorno
Um grupo de moradores e especialistas ambientais pediu hoje (10), durante debate sobre a Baía de Guanabara, que a sociedade seja ouvida sobre propostas para melhoria da qualidade da água e do tratamento de esgoto da área.
Segundo dados do Instituto Baía de Guanabara, a região tem mais de oito milhões de habitantes em seu entorno. Um terço mora em favelas e a maioria vive em condições precárias de urbanização.
Mediador da conversa promovida pelo Viva Favela, o ambientalista Sérgio Ricardo afirmou que é preciso que os “povos” da Baía de Guanabara se unam para buscar uma identidade e reconhecer que há um problema comum.
“Há o abandono das políticas públicas, seja na área de saneamento, abastecimento de água ou coleta de lixo. Se as propostas que o governo apresentou nas duas últimas décadas fracassaram, isso se deve ao fato que a sociedade não foi ouvida”.
Segundo ele, as políticas públicas não incentivam a participação da cidadania. “Esse é um grande problema. Para despoluir, precisamos ouvir as universidades que estudam a Baía de Guanabara há décadas e também ouvir as populações que sofrem com os problemas e aí vamos caminhar para uma baía viva.”
O ambientalista disse ainda que há duas concepções em debate para a Baía de Guanabara: a da baía “viva” e a baía “industrial”. “A concepção do governo e do capital é que a baía é um corpo a diluir lixo, esgoto e poluição industrial. Existe uma outra concepção de uma baía viva, defendida pelos pesquisadores, ecologistas e pescadores. Ou a baía vira um estacionamento de rebocadores, local destinado a atividade industrial e petroleira, ou a sociedade quer uma outra baía que a gente possa ter o lazer, a pesca, o transporte hidroviário e a pesquisa científica.”
A atividade da pesca é uma das que mais perderam força nos últimos anos com o aumento da poluição da área. De acordo com o presidente da Associação dos Pescadores da Baía de Guanabara da colônia de pesca do Caju, Bruno Amaral, há 20 anos os pescadores chegavam a faturar mais de oito salários mínimos mensais. Hoje, o pescador “mal consegue arrumar um salário mínimo no mês”.
Amaral reclamou da pequena área disponível para a pesca em decorrência da presença de embarcações que impedem a atividade. “Tem uma regra na Capitania dos Portos que proíbe a pesca em torno de 200 metros de canais e boias. Na área destinada à pesca ficam muitos rebocadores, plataformas e barcos petrolíferos. Eles nos expulsaram da área.”
Amaral afirmou ainda que a qualidade da água da baía é “péssima”. “Há uma alta mortandade de peixe, além de manchas de óleo e de espuma na água. A água lá está muito ruim mesmo.” Segundo ele, nas conversas com associações de pescadores de outros locais do entorno da baía as reclamações e os problemas são os mesmos.
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