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Barragem de Sobradinho tem baixo nível; teste para reduzir vazão começa amanhã

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/01/2016 - 17:42
 - Atualizado em 06/01/2016 - 12:18
Brasília
Sobradinho - A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade total de 1050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar cerca de 160 megawatts (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
© Marcello Casal jr/Agência Brasil

 

Sobradinho (BA) - A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade para gerar 1.050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar cerca de 160 megawatts (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Usina Hidrelétrica de Sobradinho tem capacidade para gerar 1.050 megawatts, mas com a falta de água só tem sido possível gerar 160 megawatts Marcello Casal Jr/Agência Brasil

As barragens do Rio São Francisco começaram o ano de 2016 apresentando números preocupantes. A começar pela maior delas: a barragem da Usina Hidrelétrica de Sobradinho (BA), onde encontra-se o terceiro maior lago artificial do mundo. O reservatório está com 2,11% de seu volume útil.

Nos três primeiros dias do ano, a vazão da barragem mostrou uma média de 970 m³/seg de água – o equivalente a 20,7% da média mensal histórica de vazão para o mês de janeiro, registrada entre 1931 e 2014 (4.677m³/seg). A pior marca para o mesmo mês ocorreu no ano passado: 1.106m³/seg.

Diante deste cenário, autoridades do setor de abastecimento de água e ambiental decidiram que, a partir de quinta-feira (7), terá início uma fase de testes para ver se é possível reduzir a vazão da represa de Sobradinho para 800 metros cúbicos por segundo (m³/seg) de água. Hoje, a vazão está em 970 m³/seg. A decisão foi tomada durante reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, formado pelo Operador Nacional do Sistema de Energia Elétrica (ONS), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Ibama e Ministério Público, além de empresas e companhias de setores como os de abastecimento urbano, industrial, mineração, agropecuário, hidroviário, de irrigação, pesca, turismo e lazer; de organizações não governamentais, de ensino e de pesquisa; além de comunidades indígenas, quilombolas e de outras entidades dos poderes municipal, estadual e federal.

Na primeira semana, a vazão será reduzida a 850m³/seg. Não havendo problema, a partir do dia 14, a barragem passará a trabalhar com a vazão pretendida. 

De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), além de Sobradinho, as demais barragens do Rio São Francisco enfrentam situação similar. Na Usina de Três Marias (MG), a represa encontra-se com 6,76% do volume útil e 17% da média histórica de vazão para janeiro. A barragem de Itaparica (BA) está com 13,92% do volume útil e 23% da média histórica de vazão; e a de Queimados (MG), com 30,5% do volume útil e 20% da vazão histórica. Foi autorizada também a redução da vazão da barragem de Três Marias, dos atuais 350m³/seg para 300m³/seg, a partir desta quarta-feira (6).

Como a Usina de Xingó (AL) opera por fio d'água – ou seja, a quantidade de água que passa é a mesma que entra – não é feita a medição por volume útil. No entanto, a vazão média registrada nos primeiros dias de janeiro corresponde a 24% da média histórica de vazão para o mês.

Brasília - Diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, em reunião para decidir sobre a necessidade de redução da vazão dos reservatórios das hidrelétricas de Sobradinho e Xingó, no Rio São Francisco (Marcelo Camargo/Ag

Diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, em reunião sobre redução da vazão dos reservatórios das hidrelétricas de Sobradinho e Três Marias, no Rio São Francisco Marcelo Camargo/Agência Brasil

Segundo a ANA, a baixa dos reservatórios não têm relação com as obras de transposição do Rio São Francisco. Como ainda não foram concluídas, as obras têm captado água para testes em estações de bombeamento, não tendo, até o momento, desaguado nos rios da Paraíba e do Ceará, a partir de onde desembocarão no mar.

Além disso, quando isso ocorrer, a transposição desviará 2% da vazão do rio. Na avaliação da ANA, a baixa dos reservatórios está relacionada a uma sequência de quatro anos em que o volume de água que sai do São Francisco é maior do que a quantidade que entra. A vazão considerada mínima em uma situação normal é 1.300 m³/seg.

 

 

>> Leia aqui especial sobre a Usina de Sobradinho

 

 

* Texto publicado no dia 05/10/2016, às 17h42, e atualizado no dia 06/01/2016, às 12h17, para correção de informação no texto e título