MPF vai monitorar medidas de saúde em bairro próximo à fábrica de cal da CSN
O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda (RJ) instaurou inquérito civil para acompanhar as medidas de saúde relacionadas aos impactos da poluição sonora e atmosférica causada pela fábrica de cal da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) no bairro Siderville.
A fábrica foi instalada na região na década de 1970, nas proximidades do bairro, onde atualmente vivem cerca de 54 famílias. Os moradores relataram ao MPF, em reunião realizada no ano passado, que muitos sofrem problemas respiratórios e alérgicos e alguns são dependentes de medicamentos específicos. Na visita, a equipe do MPF pôde constatar o ruído produzido pela fábrica e sentir incômodos nos olhos e no nariz.
A partir da demanda da comunidade, o MPF cobrou medidas do município, que constituiu um grupo técnico para o levantamento das condições da saúde da população. Um levantamento populacional identificou 54 famílias e definiu a implantação de uma unidade de saúde de um programa relacionado à qualidade do ar na região.
O presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Siderville, Mário Luiz Mendonça, e servidores da prefeitura de Volta Redonda estiveram ontem (20) no bairro conversando com moradores e farão um novo cadastramento das famílias para saber a real situação das cerca de 250 pessoas que vivem na comunidade.
“A prefeitura vai fazer um cadastramento dos moradores, fazer uma pesquisa no posto de saúde do bairro para verificar a saúde das pessoas. Depois virá uma bióloga, médicos e enfermeiros para fazer uma pesquisa e avaliar as condições de saúde da população”.
Segundo Mendonça, a CSN tem um medidor de ar instalado no bairro Siderville e um funcionário da companhia verifica diariamente as condições atmosféricas na região.
Procurada sobre o inquérito instaurado pelo MPF, a CSN não se pronunciou até o fechamento desta matéria.