Acordo é um símbolo para o Brasil, diz Adams sobre recuperação do Rio Doce
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse hoje (2) que o acordo fechado com a mineradora Samarco, responsável pelo rompimento de uma barragem no município mineiro de Mariana, é um “símbolo do enfrentamento” da tragédia que causou o maior desastre ambiental da história do país e atingiu 1,1 milhão de pessoas.
“É símbolo porque envolve Ministério Público Federal, as empresas, os órgão ambientais e da área de mineração, da Defensoria Pública dos estados e da União, os diversos setores do Estado e os atingidos pela tragédia. Mostra que este Brasil, quando consegue dialogar e construir soluções, é um Brasil que consegue se superar e produzir soluções que são exemplo para o mundo”, afirmou Adams, durante a solenidade de assinatura do acordo.
Ele disse que não foi fácil fechar o acordo, mas ressaltou que as empresas envolvidas - Samarco, Vale e BHP - tiveram participação fundamental, com a presença direta dos presidentes das mineradoras na negociação.
Nos próximos três anos, as empresas vão depositar R$ 4,4 bilhões para amenizar os prejuízos sociais, ambientais e econômicos da tragédia. O acordo total para recuperação da Bacia do Rio Doce é estimado em R$ 20 bilhões.
“Vamos ter uma Bacia do Rio Doce melhor do que ela estava antes da tragédia”, afirmou Adams, que está deixando o cargo e será substituído pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que ainda há muito trabalho pela frente. “Temos que implementar o acordo. É preciso reconhecer que as empresas também são capazes de sair daquele passo de disputar na Justiça, pois vieram discutir uma solução.”
Para o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, está se vencendo uma etapa com o termo de compromisso de recuperação da região do entorno de Mariana e da Bacia do Rio Doce. “Continuamos desafiados nesta caminhada – governos, empresas, sociedade civil. Vamos chamar todos os prefeitos mineiros e capixabas envolvidos para iniciar o diálogo e fazer a primeira reunião em Minas. Construímos uma boa trilha, mas não podemos relaxar. O mais difícil ainda está pela frente”, completou Hartung.