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Equipe olímpica feminina do Brasil participa de evento-teste de rugby no Rio

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/03/2016 - 08:59
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Atletas de rúgbi treinam na inauguração da Arena da Juventude e Estádio Deodoro, do Complexo Esportivo de Deodoro que serão palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

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O evento-teste de rugby para os Jogos Olímpicos Rio 2016, em agosto, começa hoje (5) no Estádio de Deodoro, zona norte do Rio de Janeiro, com o Campeonato Sul-Americano de rugby sevens, do qual participará a seleção feminina olímpica do Brasil rugby 7, ou rugby de 7, integrada por sete jogadoras. Doze atletas foram convocadas das quais sete jogarão e cinco ficarão no banco de reservas. O campeonato se estenderá até amanhã (6), quando ocorrerão os jogos finais e serão conhecidos os vencedores.

No total, serão 96 atletas de oito países (Brasil, Colômbia, Argentina, Venezuela, Uruguai, Chile, Paraguai e Peru). As atletas brasileiras convocadas são Amanda Ricci, Beatriz  Muhlbauer, Bruna Lotufo, Edna Santini, Franciny Amaral, Haline Scatrut, Julia Sardá, Juliana Santos, Luiza  Campos, Paula Ishibashi, Patricia Campos e Raquel Kochhann.

Segundo o diretor da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Agustin Danza, o evento será fechado, inclusive para transmissão por emissoras de televisão, “porque o espaço ainda não está pronto para receber o público”. O Comitê Organizador Local (COL) da Rio 2016 confirmou que as arquibancadas do estádio são temporárias e serão montadas mais adiante, como ocorrerá também com a arena de vôlei, em Copacabana, zona sul da cidade, e no Parque Olímpico, zona oeste.

De acordo com o COL, o evento-teste vai avaliar as condições do estádio para receber as seleções, incluindo gramado, vestiários, cronometragem do tempo de jogo, apresentação do esporte, voluntários e operações internas. O objetivo é corrigir eventuais falhas para que na Olimpíada tudo esteja acertado. A avaliação atende a determinações do próprio COL.

Agustin Danza explica que na modalidade sevens, cada jogo dura 14 minutos, sendo dois tempos de sete minutos cada. Como o evento total se estende, em geral, das 10h às 18h, com cada equipe podendo jogar três vezes ao longo do dia, os torcedores costumam assistir às partidas vestindo fantasias. “É um clima festivo”, explica Danza, pois “o rugby não é só um jogo que o torcedor vê e vai embora”.

De acordo com o diretor, o objetivo não é ganhar medalha de ouro na Olimpíada, que será aberta no dia 5 de agosto.  “Não estamos prontos para medalha de ouro”, explica. O objetivo é fazer bons jogos iniciais, para entrar no grupo Top 6, o grupo dos seis melhores do mundo, e “aí, então, teremos jogo para lutar por uma medalha”, diz ele.

Rio de Janeiro - Atletas de rúgbi treinam na inauguração da Arena da Juventude e Estádio Deodoro, do Complexo Esportivo de Deodoro que serão palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Atletas de rúgbi treinam na inauguração da Arena da Juventude e Estádio Deodoro, do Complexo Esportivo de Deodoro que serão palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 Tânia Rêgo/Agência Brasil

Desempenho

Nos últimos dois anos, a seleção masculina de rugby 7 conseguiu jogar de igual para igual com times que estão no topo mundial, como Portugal, Escócia, França, Quênia, vencendo as equipes B da África do Sul e dos Estados Unidos e classificando-se pela segunda vez para o Torneio Internacional de Hong Kong. A seleção olímpica masculina, segundo Danza, tem evoluído muito tecnicamente e melhorado o desempenho. Mas, como não existe um ranking, o jeito de avalizar esse crescimento é citando desempenhos contra times melhores que os do Brasil.

Na modalidade rugby 15, formada por 15 jogadores em campo, a CBRu considera mais importante como um indicador não o ranking em si, mas a estratégia de crescimento no longo prazo. A ideia é colocar em campo muitos jogadores  jovens, com o objetivo de classificar o Brasil para a Copa do Mundo de 2023. Para isso, as classificatórias ocorrerão em 2021.

Danza afirma que a seleção olímpica feminina (rugby 7) está entre as dez melhores do mundo: “São dez vezes campeãs da América do Sul, (estão) invictas, nunca perderam um jogo”. O objetivo do time é figurar no grupo das seis melhores seleções olímpicas do mundo “e ter chance de disputar uma medalha”, segundo o dirigente. Entre as principais concorrentes da equipe rugby 7 feminina brasileira estão as seleções da Austrália, Nova Zelândia e Inglaterra.

O rugby está voltando aos Jogos Olímpicos este ano, após 92 anos de ausência. Sua última participação foi em Paris, em 1924, como rugby de quinze, e agora será rugby de 7.

Esporte coletivo de origem inglesa do século 19, marcado por intenso contato físico, o rugby está crescendo no Brasil há muitos anos, reunindo hoje cerca de 60 mil praticantes em quase todos os estados da Federação, conforme o diretor da CBRu, Agustin Danza.

“Já se evidenciava nos últimos anos o crescimento do rugby 7, que é a modalidade olímpica”, acrescenta Danza. Também houve expansão na modalidade de 15 jogadores (rugby 15), em que a seleção brasileira masculina venceu os Estados Unidos, no último sábado (27/2). “Quebramos o recorde da história do rugby. Nunca um time tinha ganhado de outro que estivesse 26 posições acima dele no ranking e fizemos isso no sábado”, diz ele.