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RJ: acúmulo de gás de esgoto pode ter causado explosão em conjunto habitacional

Da Agência Brasil
Publicado em 05/05/2016 - 12:21
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Pelo menos cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas após uma grande explosão numa tubulação de gás no conjunto habitacional no bairro Fazenda Botafogo, às margens da Avenida Brasil, no Subúrbio do Rio de Janeiro (Tânia
© Tânia Rêgo/Agência Brasil
Rio de Janeiro - Pelo menos cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas após uma grande explosão numa tubulação de gás no conjunto habitacional no bairro Fazenda Botafogo, às margens da Avenida Brasil, no Subúrbi

Rio de Janeiro - Pelo menos cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas após uma grande explosão no conjunto habitacional no bairro Fazenda Botafogo, às margens da Avenida Brasil, no subúrbio do Rio de Janeiro Tânia Rêgo/Agência Brasil

O delegado de Polícia da 40ª Delegacia de Polícia (DP), Fábio Pacífico, apresentou nesta quinta-feira (5), juntamente com peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) os motivos para a explosão ocorrida há cerca de um mês no Conjunto Habitacional Fazenda Botafogo, em Coelho Neto, zona norte do Rio. O acidente causou a morte de cinco pessoas e deixou outras 14 feridas.

Segundo o perito criminal do Instituto, Liu Tsun, embora o laudo não esteja pronto, todas as informações reunidas até o momento indicam para um acúmulo de gás proveniente do esgosto e não vazamento de tubulações da distribuidora CEG. "Inclusive nós vimos muitas casas sem gás da CEG, mas com botijões. O que sabemos, até o momento, nos leva a crer que o motivo do acidente foi um acúmulo de gás metano, proveniente do esgoto no subsolo", revelou.

Tsun explicou o motivo desse parecer inicial. "Após 3 dias da explosão, nós retornamos ao conjunto e ainda era constatada a produção de gás metano, o que ilustra que o problema está no solo daquela área. Inclusive, se retornarmos hoje ainda estará emitindo, o que apresenta risco naquele local. Constatamos também que o apartamento 107 foi o gerador do ponto ígneo, isto é: onde ocorreu o início da explosão. Lá foi realizada uma obra que tampou a saída de ar do subsolo, o que foi preponderante para esse acúmulo e, consequentemente, a explosão ", explicou.

Segundo o Delegado Fábio Pacífico, o foco da investigação a partir de agora é descobrir quem realizou a obra que obstruiu essa passagem de ar. "Já temos um mês de investigação, que inclusive já está sendo encaminhada ao Ministério Público e, a partir de hoje, esse é o nosso novo foco. A gente apenas sabe que essa obra foi feita porque muitos ratos e baratas estavam adentrando nas residências através dessa saída de ar e alguém resolveu tampar".

Questionado se este pode ser um caso sem culpado, Pacífico admitiu a possibilidade. "Pode sim. É um conjunto de erros: pode ter sido uma obra mal feita, ausência de técnicos e peritos na execução ou até mesmo irresponsabilidade de quem fez sem saber o que poderia causar. Temos que focar nessa questão, já que é praticamente certo que a CEG não tem responsabilidade no episódio. As tubulações da companhia sequer passavam no subsolo ", disse.

O perito legista do Instituto Médico Legal (IML), Luiz Carlos Prestes, relatou que o estado dos corpos atestam uma explosão vinda do subsolo. " É porque todos os mortos apresentam duas lesões em comum, que são hemorragia cerebral e traumatismo crâniocefálico. Isso se deu pela explosão ter vindo do chão e tê-los jogados contra o teto de suas casas, ocasionando o impacto ", explicou.