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Operação prende condenados por exploração sexual de crianças no Rio

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/06/2016 - 12:11
Rio de Janeiro

Operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro cumpriu mandados de prisão na manhã de hoje (9) contra condenados por exploração sexual de crianças e adolescentes do caso “Meninas de Guarus”, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense.

De 14 mandados de prisão, 12 já foram cumpridos pelo Ministério Público do Estado. Entre eles, o do ex-deputado Nelson Nahin Matheus de Oliveira, condenado a 12 anos de prisão.

Nahin é o irmão do ex-governador do estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho – de quem é adversário político desde 2010. No fim de 2015, Nahin tomou posse como deputado federal suplente, na vaga de Alexandre Serfiotis (PMDB) que havia se afastado do cargo. Ele fez parte da estratégia de devolver a liderança do partido ao então deputado Leonardo Picciani.

De acordo com o MP, o ex-deputado e os demais os réus exploravam sexualmente crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos, em uma casa trancada com correntes e cadeados e mantida sob vigília armada em um distrito de Campos. Para que não oferecessem resistência aos estupros, as vítimas eram drogadas com cocaína, haxixe e crack. Em alguns dias, eram forçadas a ter até 30 encontros. O caso foi denunciando em 2009 por jovens que conseguiram escapar.

A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza condenou os acusados do esquema pelos crimes de quadrilha armada, estupro de vulnerável, exploração sexual de crianças e adolescentes, entre outras acusações. A maior pena, de 31 anos, foi aplicada a Leilson Rocha da Silva – chefe da quadrilha – e a Ronaldo Santos, que também foram presos hoje. Estão foragidos Gustavo Peçanha e Dovany Salvador.

A investigação do caso foi acompanhada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Câmara dos Deputados. Em seu documento final, em 2014, a CPI afirma que o preço pago por até quatro horas de sexo forçado com as vítimas incluía penetração oral, vaginal e anal. Integrantes da CPI também denunciaram o ex-deputado Nelson Nahin e outras autoridades municipais de Campos como clientes do bando.

Foram capturados ainda o ex-vereador Marcus Alexandre dos Santos Ferreira, o policial militar Ronaldo de Souza Santos e o empresário Renato Pinheiro Duarte.

Toda a operação foi monitorada em tempo real pelos promotores do MP/RJ que acompanharam as diligências da Sala de Situação, inaugurada neste caso, no centro do Rio.

Texto alterado às 13h30 para acréscimo de informações