Operação da PF prende duas pessoas e apreende dois aviões
Duas pessoas foram presas e dois aviões apreendidos hoje (7) na 3ª fase da Operação Lama Asfáltica, intitulada Aviões de Lama, deflagrada pela Polícia Federal, Receita Federal e o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A operação cumpriu mandados no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em São Paulo tendo como alvo um grupo acusado de desvio de recursos públicos, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Cerca de 20 policiais cumpriram três mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão de aeronaves. Entres os presos preventivamente está o ex-secretário de Obras Públicas e Transportes do Mato Grosso do Sul, Edson Giroto, e seu cunhado, Flávio Henrique Garcia Scrocchio. O outro mandado foi expedido contra o empresário João Amorim, que está em viagem e solicitou um prazo para se apresentar à Polícia Federal.
“O motivo das prisões é o fato novo que demonstrou que eles estariam dilapidando patrimônio adquirido com dinheiro desviado de obras públicas, o que carateriza uma possibilidade de burla à ordem econômica”, disse o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti.
A terceira fase da operação foi iniciada a partir da análise de documentos apreendidos na segunda fase que demonstrou que os investigados estavam vendendo patrimônio para dificultar o rastreamento e ocultar a origem do dinheiro. As investigações apontaram a venda de uma aeronave no valor de R$ 2 milhões e o fracionamento do dinheiro para pagamentos e aquisição de aeronave de menor valor.
“O objetivo da lavagem de dinheiro é dificultar o rastreamento da origem do valor, então, você começa pulverizar o patrimônio e inserir muitos terceiros, muitos de boa fé que estão recebendo pelos serviços que prestaram, e então você dificulta o rastro do valor”, disse Mazzotti.
Os três mandados de prisão preventiva e dois de busca e apreensão de aeronaves abrangeram os municípios de Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT) e Tanabi (SP).
A operação de hoje dá continuidade às duas fases anteriores que constataram a existência de empresas que superfaturavam obras públicas, além de desvios de recursos na aquisição de propriedades rurais.
O nome da operação, Aviões de Lama, remete ao modo de se desfazer da aeronave adquirida com recursos públicos desviados de contratos de obras públicas, fraudes em licitações, recebimento de propinas e crimes de lavagem de dinheiro.
A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com o escritório do advogado José Valeriano de Souza Fontoura, que defende Edson Giroto e Flávio Henrique Garcia Scrocchio, mas foi informada que ele não estava no local. O advogado Benedicto Figueiredo, que defende o empresário João Amorim, também foi procurado em seu escritório, porém não foi encontrado pela reportagem.