Venda de empresas de energia beneficiará a todos, diz presidente da Eletrobras
O novo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse hoje (27) que a venda das distribuidoras de energia da companhia será benéfica para a sociedade brasileira. “A venda parcial ou total de nossos ativos de distribuição será benéfica para todos os nossos públicos e interesses, a começar pelos consumidores, pelos governos, pelos fornecedores e também para nossos acionistas e contribuintes”, disse durante sua posse no auditório do Ministério de Minas e Energia.
Ele defendeu que a empresa precisa resgatar a sustentabilidade financeira e restaurar a confiança e a credibilidade. “A Eletrobras é uma empresa pública, de capital aberto, controlada pelo Estado brasileiro. Nesse sentido, não deve ser confundida como órgão de governo. Excelência é o que a sociedade brasileira espera de uma empresa pública como a nossa. Prestar serviços públicos de qualidade com custos competitivos é a única resposta que podemos dar à população”, afirmou o novo presidente. Ele lembrou que os prejuízos da Eletrobras somaram R$ 35 bilhões nos últimos quatro anos.
Na semana passada, os acionistas da Eletrobras decidiram reprovar a prorrogação das concessões de seis empresas de distribuição do grupo, que ficam nas regiões Norte e Nordeste. Com isso, as distribuidoras Companhia Energética do Piauí (Cepisa), Companhia Energética de Alagoas (Ceal), Companhia de Eletricidade do Acre (Eletroacre), Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), Boa Vista Energia e Amazonas Distribuidora de Energia deverão ser privatizadas até 31 de dezembro de 2017.
Segundo a decisão, tomada em assembleia geral extraordinária de acionistas, até a transferência para o novo controlador, as distribuidoras devem receber diretamente da União Federal ou através de tarifa todos os recursos e remuneração necessários para operar, manter e fazer investimentos que forem relacionados aos serviços públicos, sem qualquer aporte de recursos pela Eletrobras.
Corrupção
Wilson Ferreira Júnior afirmou que uma das suas prioridades será recuperar a saúde ética e financeira das empresas do grupo. “Teremos empenho absoluto para impedir a promiscuidade entre empresas privadas e agentes públicos. Vamos fortalecer a comissão independente criada para investigar as irregularidades em obras da companhia. Essa comissão tem como objetivo também assegurar que as irregularidades não mais sangrem o caixa e, especialmente, a reputação da Eletrobras”.
“A corrupção não apenas corrói o valor, não apenas drena recursos financeiros. A corrupção turva o foco de trabalho das instituições e com o tempo instila dentro delas uma doença mortal. A corrupção mata, ela pode matar empresas inteiras transformadas em lixo tóxico”, disse o novo presidente da Eletrobras.
No início do mês, a Eletrobras confirmou o afastamento do presidente da Eletronuclear, Pedro Figueiredo, em atendimento à solicitação do Ministério Público Federal para evitar interferência nas investigações da Operação Lava Jato que envolvem o ex-presidente da empresa, Othon Pinheiro. Outros ex-diretores e funcionários da Eletronuclear, empresa subsidiária da Eletrobras, tiveram mandados de prisão cumpridos.
Já o ex-diretor de Geração da Eletrobras Valter Luiz Cardeal foi alvo de condução coercitiva em virtude da Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato para investigar corrupção na Eletronuclear.
Posse do presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior