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Meio Ambiente

​Brasil propõe cooperação internacional para estimular uso de biocombustíveis

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/11/2016 - 14:46
Brasília

Representantes dos setores público e privado de 19 países, além do Brasil, participaram nesta semana, durante a 22ª Conferência Mundial Sobre o Clima (COP 22), do lançamento da chamada Plataforma do Biofuturo. Iniciativa brasileira, a proposta é promover a cooperação internacional em prol do desenvolvimento e uso de biocombustíveis, reduzindo o volume de emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global. A COP 22 começou no último dia 7 e chega ao fim hoje (18), em Marrakech.

O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, apresentou o projeto na quarta-feira (16) a representantes da Argentina, do Canadá, da China, da Dinamarca, do Egito, da Finlândia, França, Índia, Indonésia, Itália, do Marrocos, de Moçambique, dos Países Baixos, do Paraguai, das Filipinas, da Suécia, dos Estados Unidos, do Reino Unido e do Uruguai, além de organismos internacionais. Na ocasião, o ministro afirmou que a iniciativa pode contribuir para “uma bioeconomia totalmente nova e de baixo carbono, pois oferece alternativas ao material de origem fóssil”.

A diminuição das emissões de gases é parte das estratégias apontadas para que os países signatários atinjam as metas estabelecidas na COP 21, ocorrida em dezembro de 2015, em Paris. Na ocasião, o Brasil se comprometeu a cortar 43% da emissão de gases de efeito estufa até 2030. Ratificado por 195 países, o acordo assinado na COP 21 entrou em vigor em 12 de dezembro, com o objetivo de tentar impedir que a elevação da temperatura média do planeta atinja 2 graus Celsius (ºC).

No caso do Brasil, o plano para os próximos 14 anos prevê o corte de 43% das emissões domésticas de gases de efeito estufa. Para 2030, a intenção é alcançar o índice de 18% de biocombustíveis sustentáveis (etanol e biodiesel) na matriz energética e o aumentar de 10% para 23% a participação de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) na matriz energética.

Relator da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Senado, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) avaliou que a proposta brasileira é uma das principais contribuições do Brasil à COP 22.

“Acho que, [considerando a] adesão de mais de 20 países à plataforma demos um grande passo no sentido de transformar o etanol numa verdadeira commodity [mercadoria de baixo valor agregado, em geral em estado bruto] ”, declarou o senador.

Já o Itamaraty referiu-se ao projeto como “um novo esforço coletivo para acelerar o desenvolvimento e a implantação de biocombustíveis avançados, nos setores mais diversos, como alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis” e cuja implantação será coordenada pelo Brasil.

Presente ao evento de apresentação da proposta, a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, destacou o interesse do setor sucroenergético brasileiro n o êxito do projeto. “Estamos prontos para prover as demandas mundiais de biocombustíveis sustentáveis. Estamos preparados para fazer o melhor e ainda mais”, afirmou Elizabeth.

Centenas de delegações e líderes mundiais estão em Marrakech, debatendo a implementação do acordo de Paris e dos planos nacionais, além do acesso dos países em desenvolvimento a linhas de financiamento e a apoio técnico-científico, como a transferência de tecnologias.