Operação prende sete corintianos acusados de ameaçar juíza por redes sociais
Em operação conjunta feita hoje (8), as polícias civis do Rio de Janeiro e São Paulo cumpriram sete mandados de prisão contra torcedores do Corinthians acusados de ameaçar a juíza Marcela Assad Caram, coordenadora da Central de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Estado do Rio. Também foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em diversos endereços, incluindo a sede da torcida organizada Gaviões da Fiel, na capital paulista, Os computadores, celulares e documentos serão enviados para perícia no Rio de Janeiro.
Os suspeitos, que foram detidos não só na capital paulista, mas em Itanhaém (litoral), em Carapicuíba e Osasco (ambos na região metropolitana de São Paulo), devem seguir ainda hoje para a capital fluminense. Ao todo, a 26ª Vara Criminal do Rio de Janeiro determinou que fossem efetuadas dez prisões temporários. Porém, segundo a delegada Daniela Terra, da Delegacia de Repressão à Crimes de Informática do Rio, alguns acusados de envolvimento não foram encontrados em suas residências.
No último dia 25 de outubro, a juíza Marcela Caram determinou a conversão das prisões em flagrante em preventivas dos torcedores do Corinthians que foram detidos após uma briga com policiais militares, nas arquibancadas do Estádio do Maracanã, no domingo anterior (23). Na decisão, a magistrada destacou que a prisão preventiva se revelou imperiosa e necessária, já que os presos são oriundos de outro estado, o que poderia colocar em risco a instrução criminal.
Ameaças
Após essa decisão, a juíza e o marido dela começaram a receber ameaças pelo Facebook. “Inúmeras mensagens de cunho ofensivo, intimidatório e ameaças.Uma foto da vítima com seu marido e filho menor de idade foi usada para proferir essas ameaças”, ressaltou a delegada Daniela ao detalhar a operação. Os suspeitos devem permanecer sob custódia por cinco dias e responder pelos crimes de associação criminosa e coação no curso do processo – ameaçar partes de um processo judicial.
Entre os presos, quatro possuem, de acordo com a delegada, histórico de crimes relacionados a intolerância desportiva. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, um deles chegou a ser preso por suspeita de participação na morte do adolescente Kevin Espada, atingido por um sinalizador, ocorrido no ano de 2013, na cidade de Oruro na Bolívia.
Defesa
O advogado da Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral disse que pelo menos três dos presos fazem parte da torcida organizada e um integra outra agremiação, a Pavilhão 9. Entre os detidos, dois admitiram, segundo o advogado, que fizeram comentários ofensivos conta a juíza ou seu marido. “Dois deles já me confirmaram que postaram no perfil, no calor da emoção, porque estavam indignados com a situação [a prisão dos torcedores no Ri ode Janeiro]”, disse após conversar com os suspeitos.
Apesar da confirmação de alguns dos presos, Cabral se manifestou classificou as prisões de arbitrárias. “Hoje em dia a prisão preventiva virou regra e não exceção. Se prende para investigar. Eles poderiam ser intimados, porque tem ocupação lícita e residência física. Não trazer esse transtorno para o Estado”, disse o advogado que assumiu a defesa de todos os presos.