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Treze milhões de domicílios no Brasil só têm TV analógica aberta, diz IBGE

As residências correm o risco de ficar sem a programação televisiva,
Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/12/2016 - 10:00
Rio de Janeiro
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© Valter Campanato/Agência Brasil
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O total de domicílios com aparelho de televisão que não tinham antena parabólica, nem TV por assinatura, nem  digital aberta passou de 28,5%, em 2013, para 23,1%, em 2014, e chegou a 19,7%, em 2015 -VALTER CAMPANATO

Treze milhões de domicílios brasileiros, o equivalente a 19,7% do total de domicílios com aparelhos de televisão, só têm acesso ao sinal analógico aberto e correm o risco de ficar sem a programação televisiva já que está em curso no país a migração do sistema analógico para o digital.

As informações estão no Suplemento de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, divulgado hoje (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O total de domicílios com aparelho de televisão que não tinham antena parabólica, nem TV por assinatura, nem digital aberta passou de 28,5%, em 2013, para 23,1%, em 2014, e chegou a 19,7%, em 2015.

“Apesar de ser um número alto, tem mostrado redução ano a ano. Há ainda esses 13 milhões de domicílios que, se hoje fosse desligado o sinal analógico, ficariam sem o acesso à programação de TV. É um número alto ainda, representa quase um quinto dos domicílios que têm televisão”, disse a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

A Região Norte continuou apresentando o maior percentual de domicílios sem nenhuma das três modalidades de acesso à programação televisiva (25,4%), seguida do Nordeste (22%). A Região Sudeste, com 17,8¨%, é a que tem o menor percentual de domicílios que ficariam descobertos com o desligamento do sinal analógico.

De acordo com o governo federal, o desligamento do sinal analógico no território brasileiro está previsto para ocorrer até o fim de 2018.

TV de tela fina

A pesquisa do IBGE também mostrou que, pela primeira vez, o número de televisões de tela fina superou o número de televisões de tubo. Foram estimados 46,5 milhões aparelhos de televisão de tubo (44,5%) e 58,1 milhões de tela fina (55,5%) em 2015. O número de televisões de tela fina aumentou 7,6% em relação a 2014.

A área rural ainda apresenta a maior proporção de televisões de tubo (68%) enquanto a área urbana tem o maior percentual de aparelhos de tela fina (58,3%).

Para a pesquisadora do IBGE, Helena Oliveira Monteiro, o aumento do número de televisões de tela fina nas residências ocorre por uma substituição tecnológica por aparelhos mais modernos. “Também o desligamento do sinal de TV analógica vai acelerar essa substituição”, disse.

TV digital

A televisão estava presente em 97,1% dos 68 milhões de domicílios brasileiros em 2015, mantendo a mesma proporção observada em 2014. O levantamento mostrou que 45,1% dos domicílios tinham televisão digital aberta. Em 2014, 39,8% dos domicílios tinham acesso à TV digital e, em 2013, o índice era 31,2%.

A televisão digital aberta se expandiu tanto na área rural quanto na urbana, mas, em termos percentuais, a diferença persiste: a modalidade está presente em 17,6% dos domicílios da área rural e 49,4% da área urbana.

Houve aumento em todas as regiões, com destaque para o Sudeste que, pela primeira vez, foi a única que alcançou mais da metade (53,1%) dos seus domicílios com acesso à TV digital aberta. Em 2014, apenas o Distrito Federal tinha mais da metade dos seus domicílios com TV digital aberta. Este ano, o DF aumentou para 61,4%, mas São Paulo (59,4%), o Espírito Santo (51,4%) e Paraná (50,5%) ultrapassaram pela primeira vez o patamar de 50%.

TV por assinatura

No país, a proporção de domicílios com TV por assinatura manteve-se estável em relação a 2014 (32,1%). Segundo Helena Oliveira Monteiro, não é possível afirmar que essa estabilidade seja reflexo direto da crise econômica.

“Não é possível afirmar que essa estabilidade [entre 2014 e 2015] passa só pela questão do rendimento, mas, hoje em dia, passa pela escolha do consumidor que está migrando para outros tipos de programação televisiva que não apenas a TV por assinatura, como o Netflix”, comentou.