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Força-tarefa começa a atuar em presídio do Rio Grande do Norte nesta quarta

Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 24/01/2017 - 19:20
Brasília
Detentos entram em confronto na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte
© Andressa Anholete/AFP/Direitos Reservados

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse hoje (24) que os primeiros homens da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária devem começar a chegar ao Rio Grande do Norte a partir de amanhã (25), quando a autorização dele para a liberação do grupo será publicada. A força-tarefa é o braço penitenciário da Força Nacional de Segurança e é composta por agentes penitenciários cedidos pelo governo federal e por governos estaduais para atuar em presídios onde ocorram rebeliões.

Antes da formação deste grupo, a Força Nacional não podia atuar em presídios, por ser composta basicamente por policiais militares. Os agentes penitenciários da força-tarefa são treinados e/ou têm experiência para atuarem nessas instituições e utilizarão equipamentos específicos. “Quem cuida de presos, quem sabe o protocolo em relação aos presos são os agentes penitenciários”, disse o ministro.

No total, a força-tarefa terá 100 agentes, dos quais uma parte irá imediatamente para o Rio Grande do Norte a pedido do governador Robson Faria. Eles vão ajudar a manter a ordem na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal enquanto ocorrem as obras de reconstrução do presídio, que foi depredado após a última rebelião.

Policiais do Batalhão de Choque invadem a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do NorteAndressa Anholete/AFP/Direitos Reservados

Policiais do Batalhão de Choque invadem a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do NorteAndressa Anholete/AFP/Direitos Reservados

Mais cedo, tropas especiais da Polícia Militar voltaram a entrar em Alcaçuz. Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública e da Defesa Social, os policiais vão revistar as celas e dependências da unidade em busca de armas, aparelhos celulares e drogas, além de recontar os detentos e garantir a segurança das equipes que estão erguendo um muro de contêineres para separar os presos de facções criminosas rivais.

A Penitenciária de Alcaçuz vive uma guerra entre duas facções desde o dia 14 de janeiro, quando pelo menos 26 presos foram assassinados brutalmente e boa parte da unidade passou a ser controlada pelos detentos. Agora, o plano das autoridades de segurança pública é manter homens das três tropas especiais no interior do estabelecimento até a conclusão da instalação dos seis últimos contêineres, antes de iniciar a construção do muro definitivo, de concreto, que dividirá a área interna da penitenciária.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, o muro definitivo deve ficar pronto em pouco mais de 15 dias. As placas pré-moldadas já foram encomendadas e, segundo o fabricante, devem ser entregues em cerca de dez dias.