Vendedores ambulantes reclamam das vendas no carnaval paulistano
Vendedores ambulantes de bebidas na região do Largo da Batata, zona oeste da capital paulista, disseram que as vendas estão fracas neste ano, na comparação com anos anteriores. Alguns vendedores atribuem a queda à concorrência, que segundo eles, só tem aumentado.
A vendedora Edinéia de Tavares, 31 anos, trabalha há 15 anos vendendo bebidas no carnaval da cidade e avalia que as vendas estão fracas, mesmo na comparação com o ano passado. “Esse ano, como eles [prefeitura] liberaram a licença para muitas pessoas trabalharem, está difícil a concorrência. Aumentou a concorrência”, disse.
Ela acrescentou que há vendedores sem credenciamento. No entanto, ressaltou que muita gente precisa do trabalho. “A gente luta e corre para isso, para conseguir a licença para trabalhar. E, além da gente, tem um monte de gente que consegue passar sem a licença. Também é assim: temos que dividir, está difícil para todo mundo”. Edinéia trabalha hoje até cerca de 23h e volta nos próximos dias, até quarta-feira (1º), para vender água, refrigerante e cerveja. A licença permite vendas até o próximo fim de semana.
Silvana Silva, 45 anos, trabalhava junto com a filha, a esposa e um amigo. Eles se espalharam pelo entorno do Largo da Batata na tentativa de melhorar as vendas. “O movimento não está muito bom, está fraco. Foi melhor no ano passado, foi bem melhor. Esse ano tem muita concorrência”, reiterou.
“Começamos ontem [sábado] e vamos até amanhã [segunda-feira]. Se ficar legal aqui, a gente fica aqui mesmo. Se vir que não rolou muito, a gente procura outro [lugar]. Fomos para Santana [zona norte] e foi péssimo. Aí a gente veio para a [avenida] Faria Lima, que estava melhor”, declarou.
Silvana contou que trabalha à noite em um laboratório farmacêutico. De dia, vende lanches ao lado de uma academia na estrada de Itapecerica. Ela enxerga no carnaval uma alternativa para complementar a renda. “Tem de suar um pouquinho se quiser uma diferença na vida”, comentou.



