Porta-voz da PM do Rio diz que policiais vivem “contexto caótico e grave”
O porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz, disse hoje (31), ao comentar o vídeo em que dois agentes aparecem executando dois homens no bairro de Fazenda Botafogo, na zona norte da cidade, que os policiais vivem “um contexto caótico” e “grave”.
“Hoje, realmente o que é exigido do policial nesse contexto caótico que nós estamos vivendo é algo muito complexo. Sim, temos que rever protocolos, coibir ações mal elaboradas mas acima de tudo, o contexto hoje é muito grave”, avaliou Blaz em entrevista à Rede Globo, divulgada pela corporação.
No vídeo, dois homens aparecem caídos, aparentemente feridos, e ao lado de um deles, há um fuzil. Na cena, aparecem dois policiais com fuzis na mão. Um deles pega o fuzil que está no chão, coloca atravessado no ombro e, em seguida, usando o fuzil da corporação atira à queima-roupa no primeiro homem, que está deitado. O outro policial passa a frente, e faz o mesmo com o outro que também está deitado no chão. Os dois morrem na hora.
De acordo com o porta-voz da PM, os policiais vivem uma situação em que devem ser, ao mesmo tempo, “garantidor de direitos humanos” e guerreiros”. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Militar.
A cena foi gravada próximo à Escola Municipal Daniel Piza, onde a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, foi morta a tiros.
Protesto
A organização não governamental (ONG) Rio de Paz fará hoje uma manifestação na porta da Escola Municipal Daniel Piza para denunciar a morte da adolescente. Ela foi baleada enquanto participava com outras alunas da aula de educação física na quadra da escola. A adolescente morreu na hora.
Segundo o coordenador da ONG, Antonio Carlos Costa, serão colocadas no muro da escola fotos de 33 crianças e adolescentes de até 14 anos vítimas de balas perdidas mortas de janeiro de 2007 até agora. Junto a foto das crianças serão colocadas flores. O enterro de Maria Eduarda será amanhã (1º) no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense, em horário a ser definido pela família.
O governo do Estado do Rio de Janeiro informou que, por meio da Subsecretaria de Direitos Humanos, ofereceu auxílio psicológico e jurídico à família da estudante.
*Texto ampliado às 18h44