Justiça começa a ouvir testemunhas e envolvidos na morte do embaixador grego
O juiz Alexandre Guimarães Gavião Pinto, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu/Mesquita, na Baixada Fluminense, começou a ouvir, na tarde de hoje (18), em audiência de instrução e julgamento, as testemunhas de acusação e de defesa e os três envolvidos na morte do embaixador grego Kyriakos Amiridis, em dezembro do ano passado.
Os acusados do crime são a mulher do diplomata, Françoise de Souza Oliveira, o soldado da Polícia Militar Sérgio Gomes Moreira e Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, sobrinho do policial.
Segundo a denúncia, Françoise e Sérgio, que seriam amantes, teriam tramado o crime com o intuito de ficar com os bens e a pensão de Kyriakos.
De acordo com o Ministério Público, na noite de 26 de dezembro, Sérgio e Eduardo entraram na casa do embaixador, no Condomínio Residencial Bom Clima, em Nova Iguaçu, com as chaves dadas pela mulher ao policial. Françoise havia saído com a filha e deixou o marido sozinho.
Segundo o Ministério Público, o diplomata foi atacado na sala e sofreu lesões que lhe provocaram uma hemorragia. Sérgio e Eduardo enrolaram o corpo em um tapete e o colocaram dentro de um carro, que foi incendiado próximo ao Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu.
A embaixatriz e Sérgio chegaram a comunicar à polícia o desaparecimento de Kyriakos Amiridis. O policial ainda tentou apagar as imagens do circuito interno do condomínio nas quais aparecia em frente à casa da amante. De acordo com a denúncia, os três acabaram confessando a participação no crime. Todos estão presos.
O advogado de Françoise, Glaucio Senna, disse, antes da audiência, que ela nega ter participado do crime ou confessado participação na morte do embaixador.
Edison Ferreira de Lima, advogado de Sérgio e Eduardo, lembrou que, com o início da instrução criminal, começa a produção de provas.
“Todas as razões do fato serão demonstradas hoje. Vejo o quadro que se apresenta com aspectos favoráveis aos acusados”, afirmou. “Nenhuma testemunha assistiu ao fato. Não há testemunha da morte. São testemunhas que a autoridade policial ouviu e mais provas técnicas.”