Dom Orani diz que política deve estar a serviço da sociedade, não de partidos
O arcebispo do Rio de Janeiro, cardeal Orani Tempesta, disse hoje (15) que mesmo na dificuldade financeira as famílias brasileiras têm que se manter unidas para superar o momento atual do país. Durante missa para celebrar o Corpus Christi na Igreja de Sant’Ana, no centro da cidade, o religioso destacou que a sociedade precisa pensar mais no Brasil do que em questões pessoais. “Que as pessoas pensem mais no outro e no país e menos no poder, nas preocupações com o poderio e, sim, no bem das pessoas.”
Logo no início da celebração, o cardeal disse que o Corpus Christi é uma oportunidade de rezar pelo Brasil, intercedendo pelas dificuldades que o país atravessa, para encontrar caminhos de paz e ética. De acordo com dom Orani Tempesta, o Brasil vive momentos de intolerância e é preciso repensar o país. Segundo ele, parte das dificuldades atuais se deve à “falta de responsabilidades de gestores que nos levaram à situação assim”.
“Que todos sejam atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas. Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos. Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação. Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos”, acrescentou o líder religioso.
Corrupção
Em outro momento da missa, dom Orani alertou para os problemas da corrupção e da violência no Brasil. “Estamos indignados diante de tanta corrupção e violência que espalham morte e insegurança. Pedimos perdão e conversão. Cremos no Vosso amor misericordioso que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do país: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração e desprezo pela vida humana.”
Em entrevista após a celebração, o arcebispo afirmou que os desvios que ocorrem no país têm levado sofrimento aos brasileiros. “Tanto na minha fala como na oração pedimos para aqueles que exercem poder que exerçam em benefício do povo, para pessoas, principalmente, mais carentes, e não para si mesmos”, destacou.