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Governo federal libera R$ 31,5 milhões para segurança hídrica no Ceará

Edwirges Nogueira - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 29/06/2017 - 13:25
Fortaleza
Açude Castanhão
© Divulgação/Dnocs
Açude Castanhão

O Açude Castanhão, no Ceará Divulgação/Dnocs

O Ministério da Integração Nacional liberou R$ 31,5 milhões para serem investidos em ações de segurança hídrica no Ceará, que enfrenta a maior seca dos últimos 100 anos. A informação foi publicada nessa quarta-feira (28) no Diário Oficial da União. Segundo a Secretaria dos Recursos Hídricos do estado, o valor será investido na perfuração de poços e na montagem de adutoras, que vão permitir levar água de reservatórios que têm carga suficiente para ser compartilhada com regiões menos favorecidas.

O secretário da pasta, Francisco Teixeira, explica que serão construídas três adutoras para fornecer água ao município de Maracanaú, na região metropolitana, e para a área do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, onde se localizam empreendimentos de grande porte, como a Companhia Siderúrgica do Pecém e as termelétricas Pecém 1 e 2.

“Essas ações permitem que o Pecém se torne autossuficiente, de forma a reduzir, o mínimo possível, o envio de água de Fortaleza para lá”. Ele acrescenta que as obras vão gerar um incremento de cerca de 600 mil litros de água por segundo, número que equivale a aproximadamente 8% do que é consumido na Grande Fortaleza.

Além dos R$ 31,5 milhões, o Ceará já havia recebido R$ 10 milhões do governo federal em abril para ações emergenciais. De acordo com o secretário, estão sendo feitas adaptações nas bombas de captação dos açudes Castanhão e Banabuiú, que fornecem água para os municípios da região metropolitana.

Essas adaptações são necessárias, disse ele, para que as bombas alcancem os níveis mais baixos dos reservatórios, a exemplo do que foi feito em Sobradinho, na Bahia. Atualmente, o Castanhão e o Banabuiú têm, respectivamente, 5,27% e 0,73% de sua capacidade útil.

Este ano – o sexto desta seca histórica –, as chuvas da quadra invernosa do Ceará (período de 4 meses, entre fevereiro e maio, em que há as maiores precipitações do ano) ficaram dentro da média, mas ocorreram de forma irregular e espaçada. Enquanto houve açudes que sangraram durante o período, outros (a exemplo do Castanhão e do Banabuiú) não conseguiram recargas suficientes.

Por causa da pouca água, os órgãos de recursos hídricos do Ceará reduziram em 20% a oferta de água para os habitantes dos 17 municípios da região e implantaram uma tarifa de contingência para forçar a redução de consumo pela população.