Indígenas venezuelanos que viviam em rodoviária em Manaus são levados a abrigo
Os indígenas venezuelanos da etnia warao, que estavam acampados na Rodoviária de Manaus, foram levados hoje (1°) para um abrigo no bairro Coroado, zona leste da cidade. Antes de entrar, pajés fizeram um ritual para abençoar e purificar o espaço, que foi reformado para recebê-los. Cerca de 260 indígenas foram levados para o abrigo, que tem capacidade para 300 pessoas. No local há espaço para 180 redes, além de dormitórios, cozinha, refeitório, banheiros, lavanderia e quintal. A medida é resultado de uma articulação entre os governos federal, estadual e municipal.
Os warao começaram a chegar a Manaus em dezembro do ano passado, em busca de melhores condições de vida. Eles contam que estavam passando fome na Venezuela, que enfrenta uma grave crise política e econômica. Atualmente, mais de 500 migrantes estão vivendo na capital amazonense. “Pelo menos vamos ter um teto, que a gente não tinha na rodoviária. Era desumano. Aqui vamos ter mais segurança. Agora vem a segunda etapa que é trabalho, curso e outras coisas que nós precisamos para sobreviver aqui”, disse o cacique warao Anibal Perez.
Segundo a secretária estadual de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Graça Prola, essa é uma ação inicial para tirar os indígenas da situação de vulnerabilidade social. “Nós estamos encerrando uma primeira etapa que é tirá-los da condição degradante que estavam, trazê-los para um espaço mais adequado, humanizado, no sentido de garantir não só dignidade, mas também iniciar uma outra etapa do processo. Nós vamos procurar alternativas de renda, de ocupação, de inclusão produtiva, que eles querem também. Além de propiciar dentro de cada situação, se for possível, a inclusão em programas sociais brasileiros”, ressaltou a secretaria.
O cônsul-geral da Venezuela no Amazonas, Faustino Torella Ambrosini, esteve no abrigo e agradeceu a ajuda do governo brasileiro.