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Exercício de proteção contra armas químicas reúne 18 países no Rio de Janeiro

Nielmar de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 28/08/2017 - 15:22
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Cerimônia de abertura do Exercício de Assistência e Proteção para América Latina e Caribe (Exbralc II 2017), que reúne representantes de agências de resposta a emergências químicas, de defesa

Rio de Janeiro - Exercício de Assistência e Proteção para América Latina e Caribe reúne representantes de agências de resposta a emergências químicas, de defesa civil ou de segurança de 18 países latino-americanos e caribenhos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Um dos signatários da convenção para a proibição de armas químicas em todo o mundo, o Brasil sedia a terceira fase do Exercício de Assistência e Proteção para América Latina e Caribe (Exbralc II 2017), que reúne, até sexta-feira (1), no Rio de Janeiro, representantes de agências de resposta a emergências químicas, de defesa civil e de segurança do país e de outras 18 nações da América Latina e do Caribe.

O exercício é para consolidar os conhecimentos adquiridos no ciclo de treinamento regional para assistência e proteção, com vistas a desenvolver capacidades regionais para proteção da sociedade contra ameaças com produtos químicos perigosos. Participam 18 militares brasileiros e de países como a Argentina, o Chile, a Guatemala, o Panamá, México e Cuba, além de 22 brasileiros especializados na detecção e no combate aos efeitos de armamentos químicos.

A solenidade de abertura aconteceu na Escola Superior de Guerra (ESG), e contou com representantes das Forças Armadas e dos ministérios da Defesa, das Relações Internacionais e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Para o embaixador Eduardo Prisco, o chefe do escritório de representação do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro, em sua etapa brasileira, a Exbralc II 2017 consolida e ajuda nas possibilidades de aplicação dos conhecimentos, disseminando-os também para os outros países envolvidos.

“Teremos no entorno da América Latine e do Caribe, por ocasião da realização de grandes eventos, uma possibilidade muito menor da ocorrência de um acidente químico, provocado ou acidental, na medida em que cursos como este aumentam, em muito, a capacidade das Forças Armadas dos países envolvidos de detectar ameaça e de reagir e responder a elas de forma mais imediata”, disse Prisco.

Além das atividades inerentes ao programa do Exbralc II 2017, o evento conta também com uma exposição, nas dependências da ESG, de equipamentos para procedimentos em defesa química.

Para o chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general de Exército Nardi de Souza, o encontro é a junção dos esforços dos países envolvidos no combate ao armamento químico na América Latina e no Caribe e também uma continuação de outros eventos do tipo já realizados.

“É o fechamento de um ciclo. Foi feito em um primeiro momento um curso básico no Uruguai, posteriormente um curso avançado na Argentina e agora, com este curso aqui no Brasil, serão feitos exercícios para aplicação de todo o conhecimento adquirido anteriormente, como forma de dar uma última padronização aos procedimentos que foram praticados nas outras fases”, disse.

Centro regional

Por ocasião da cerimônia de abertura do Exbralc II 2017, foi também inaugurado oficialmente o Centro Regional de Assistência e Proteção de Armas Químicas para América Latina e Caribe (Capaq-Brasil), que tem como sede o Ministério da Defesa, em Brasília, e que reúne todos os meios, equipamentos, e recursos humanos da Marinha, do Exército e da Força Aérea do Brasil (FAB).

Para o general Nardi de Souza, com a criação do Centro Regional “o país consegue otimizar a coordenação, através do Ministério da Defesa, de todos os meios já existente nas Forças Armadas em prol da capacitação e de exercícios na área laboratorial contra agentes químicos no país”.

Segundo o general, o Capaq-Brasil é sem dúvidas, “uma grande contribuição regional a essa capacitação, uma vez que é centrado na detecção, portanto na prevenção, e no tratamento das emergências, desde a descontaminação até a evacuação das áreas afetadas. Isolar pessoas, descontaminar a área e preparar para o transporte”.

O ministro Filipe Fortuna, chefe do escritório do Itamaraty no Rio de Janeiro, avaliou que o centro dá ao Brasil a capacidade da implementação de uma melhor cooperação internacional. “O Brasil mantém relações diplomáticas com praticamente todos os países e abrir este estudo para a capacitação do combate a incidentes químicos, ao combate a armas químicas, só melhora as relações entre os países da América latina e do Caribe, capacitando-os melhor para o combate às armas químicas”.

Desenvolvido no Brasil, e o primeiro do gênero nos países envolvidos no encontro do Rio, o Centro Regional de Assistência e Proteção de Armas Químicas para América Latina e Caribe é uma cooperação entre os ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia, e conta também com o apoio do Ministério das Relações Exteriores.

Formalizado oficialmente em dezembro do ano passado pelo ministro da Defesa, Raul Jugmann, o centro tem a finalidade de contribuir para o desenvolvimento das atividades que visam garantir a assistência e proteção contra as armas químicas. É sua incumbência organizar, planejar e coordenar as ações e atividades necessárias para, com a ajuda das Forças Armadas, otimizar o combate a proliferação e utilização de armas químicas na região.

É ainda objetivo do Capaq permitir que o Brasil crie mecanismo para a formação e qualificação de pessoal em cooperação com outros países da AL e Caribe, em atendimento às orientações da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).