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Brasil vai acelerar produção de vacina contra zika, diz ministro da Saúde

Paola de Orte - Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 26/09/2017 - 17:23
Washington
Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, divulga boletim sobre casos de febre amarela e influenza (José Cruz/Agência Brasil)
© José Cruz/Agência Brasil
Brasília - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o secretário de Atenção à Saúde,Francisco de Assis Figueiredo, durante reunião na sede da Opas (José Cruz/Agência Brasil)

    Ricardo BarrosJosé Cruz/Arquivo/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (26), em Washington, que o governo brasileiro quer acelerar a Fase 3 da vacina contra o vírus zika, que é a de produção para testes em humanos.

Barros conversou com o secretário de Saúde dos Estados Unidos, Tom Price, sobre a agilização no processo de desenvolvimento do banco de células master, usado na produção da vacina. Isso deve ocorrer por meio de contrato entre a empresa GE Healthcare e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que, no futuro, deve ser responsável direta pela produção.

A vacina foi desenvolvida por meio de cooperação entre o Instituto Evandro Chagas, as universidades do Texas e de Washington e o Instituto Nacional de Saúde. Testes em macacos e camundongos já foram finalizados e, segundo o ministro, tiveram resultados “muito positivos”.

“Como a Fiocruz não tem no momento a estrutura necessária para desenvolver o banco de células master, ela está contratando essa empresa para fazer o desenvolvimento aqui para acelerar o processo de produção da vacina”, explicou Barros. A previsão do ministro é que vacina esteja disponível para a população em dois anos.

Mais médicos

Ricardo Barros encontrou-se também com os ministros do Haiti, de Cuba, do Equador e do Canadá. Com o representante cubano, Ricardo Barros falou sobre o programa Mais Médicos. Segundo o ministro, o governo de Cuba demonstrou preocupação com o número de médicos que entram na Justiça do Brasil para permanecer no país ou para receber o salário diretamente, e não por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), como é feito atualmente. De acordo com Barros, o governo tem recorrido das decisões. “O governo brasileiro tem apoiado esse convênio”, afirmou o ministro.

Barros informou que houve cerca de 150 ações de médicos cubanos e que “o Brasil tem recorrido e tido sucesso em derrubar eventuais liminares conseguidas por esses profissionais para permanecer no Brasil fora das condições do acordo desse convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde”. Médicos estrangeiros que trabalham no Brasil não podem exercer diretamente a profissão sem fazer o Revalida, o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos.

O Brasil teve 11.400 médicos cubanos contratados no Programa Mais Médicos até o fim do ano passado. Em outubro deste ano, depois de uma reunião entre a Opas, o Brasil e Cuba, deve ser definido o número que será mantido no convênio, que, segundo o ministro, deve ficar em torno de 8 mil. Até o final do convênio, em 2019, a meta é que o número chegue a 7.400  O programa tem, no total, 18 mil médicos, contando brasileiros e profissionais de outras nacionalidades.

A ideia é aumentar o número de médicos brasileiros, tanto formados no exterior quanto no Brasi.  “Isso depende do comparecimento dos médicos brasileiros nos editais que fazemos, da nossa capacidade de substituir os cubanos. Se não houver apresentação de profissionais, nós elevaremos o número previsto, mas, por enquanto, estamos caminhando com determinação para cumprir o acordado”, afirmou o ministro.

Ricardo Barros informou que hoje, 4.600 dos médicos selecionados pelo programa são formados no Brasil.