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Menino morto com tiro na cabeça disparado por criminosos é enterrado no Rio

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 05/09/2017 - 18:10
Rio de Janeiro

O corpo do menino Renan dos Santos Macedo, de 8 anos, foi enterrado agora à tarde (5), no Cemitério Nossa Senhora das Graças, no Tanque do Anil, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Renan foi baleado na cabeça na noite de domingo (3), quando seu pai tentou fugir de um arrastão em Duque de Caxias. O menino foi atingido quando seu pai tentava dar marcha a ré no carro onde eles estavam para tentar fugir do tumulto.

O pai da criança, Nilton Siqueira de Macedo, disse que o criminoso atirou com a intenção de matar. “Meu carro foi atingido por cinco tiros e não deu tempo nem que Renan abaixasse no banco traseiro do carro”.

Nilton Macedo disse que a doação de órgãos do seu filho foi descartada pela família, após ele, a mãe e o irmão da criança conversarem sobre a doação. “Para a família cortar o corpo dele seria um sofrimento a mais”, disse o pai.

Rio de Janeiro - ONG Rio de Paz instala na Lagoa Rodrigo de Freitas cartaz em homenagem ao menino Renan dos Santos Macedo, de 8 anos, baleado na cabeça na noite de domingo (3) (Fernando Frazão/Agência Brasil)

ONG Rio de Paz instala na Lagoa Rodrigo de Freitas cartaz em homenagem ao menino Renan dos Santos Macedo, de 8 anos, Fernando Frazão/Agência Brasil

Rio de Paz

 A ONG Rio de Paz instalou hoje, às 16h, na Lagoa, zona sul do Rio, em frente à Curva do Calombo, uma placa em homenagem a Renan. Há no local 38 cartazes alusivos às crianças (de até 14 anos) que tiveram a vida interrompida em tiroteio (bala perdida ou não) no Rio de Janeiro desde 2007. Somente em 2017, sete crianças morreram vítimas de balas perdidas no Rio de Janeiro.

"Esse é o lado mais hediondo da violência no nosso estado. Fruto, entre outros motivos, da incapacidade do poder público de elucidar a autoria desses homicídios e punir com rigor e celeridade os culpados. Renan se junta agora aos demais meninos e meninas, cujas vidas não puderam contar com a proteção de um estado falido, incompetente e omisso", disse o fundador da ONG Antônio Carlos Costa.