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Direitos Humanos

Filhos são autores de 59% dos casos de violência contra idoso no DF, diz estudo

Julia Buonafinna *
Publicado em 31/10/2017 - 19:25
Brasília
Itaboraí (RJ) - Hospital Tavares Bastos, local já serviu de hospital-colônia durante a época do isolamento compulsório das pessoas com hanseníase e, ainda hoje, é residência para dezenas de pacientes e ex-pacientes (Tomaz Silva/Agência Brasil)
© Tomaz Silva/Agência Brasil

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) divulgou nessa terça-feira (31), a terceira edição do Mapa da Violência contra a Pessoa Idosa do Distrito Federal (DF). Em 2016, foram registradas 1.157 denúncias de violência contra idosos no DF, contra 1.097 registradas em 2015, 60 casos a menos.

As regiões administrativas do DF com mais casos de violência contra o idoso foram Ceilândia, com 16,4% dos casos; Taguatinga, com 10,9%; e Brasília (Plano Piloto), com 10,3%. Essas regiões juntas concentram quase 38% das denúncias. As regiões com menor número de denúncia são Park Way, com 0,7%, Sudoeste/Octogonal, com 0,38% e Varjão, com 0,18%.

Os dados ainda mostram que 59,1% dos casos de violência contra idosos são causados pelos próprios filhos e 11,6%, por outros membros da família. De acordo com a promotora Sandra Julião, uma forma de auxiliar no combate a esse tipo de violência foi a criação da Delegacia do Idoso. “A denúncia do idoso exige uma oitiva e um acolhimento especializado”, disse.

O Poder Judiciário irá atuar por meio de um Núcleo de Mediação para facilitar o diálogo e restabelecer vínculos familiares, e por meio de ações judiciais, que não são propostas só por meio da Defensoria Pública e Ministério Público, mas também pelos próprios idosos.

De acordo com a juíza Monize Marques, em 2016, a Central Judicial do Idoso recebeu aproximadamente 2,5 mil denúncias. Dessas, 80% não foram judicializadas. “Nós consideramos um avanço grande, já que a pessoa idosa não gosta de acionar o Judiciário”, disse a magistrada.

De acordo com os dados do Censo 2010, no Distrito Federal existiam mais de 197 mil pessoas idosas, ou seja, 5,4% da população. As projeções para 2020 e 2030 apontam para um aumento entre 10,4% e 15% dessa população.

 

* Estagiária sob a supervisão do editor Augusto Queiroz