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MPF pede prisão por tempo indeterminado de Nuzman; decisão pode sair hoje

Cristina Índio do Brasil – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 09/10/2017 - 17:46
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, é conduzido para oitiva na sede da Polícia Federal (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo
Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, investigado por envolvimento em suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional para

Rio de Janeiro - Carlos Arthur Nuzman foi preso preventivamente na quinta-feira (5) por suposto envolvimento em esquema de compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos 2016 ânia Rêgo/Agência Brasil

O pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro para converter a prisão temporária do presidente afastado do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, em prisão preventiva será avaliado pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no estado. O MPF pede também a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, ex-diretor do COB e do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016. A decisão pode sair ainda hoje.

Os dois dirigentes estão presos desde quinta-feira (5), quando foi deflagrada a Operação Unfair Play - segundo tempo, um desdobramento da Operação Unfair Play, que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O prazo da prisão temporária termina hoje (9), mas se o pedido do MPF for deferido pelo juiz Bretas, o ex-dirigente permanecerá detido por tempo indeterminado e Gryner por mais um período de cinco dias.

Afastamento

Nuzman comunicou seu fastamento do cargo na sexta-feira (6) passada. O comunicado será analisado em assembleia geral extraordinária marcada para quarta-feira (11), às 14h30, na sede da entidade, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Na carta encaminhada ao COB o dirigente aponta que vai provar a sua inocência no envolvimento das investigações e que não poderia deixar “o esporte olímpico brasileiro, seus dirigentes e, especialmente, os atletas, serem atingidos, por qualquer forma, pelos acontecimentos e investigações que me envolvem injustamente”.

Para Nuzman, a melhor maneira de as investigações se desenvolverem plenamente seria pedindo o afastamento dos cargos de Presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e de Membro Nato da Assembleia Geral do Comitê Olímpico Brasileiro. Além disso, informou que se afastou do cargo de presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

“Meu afastamento perdurará pelo tempo que se fizer necessário para minha completa, inquestionável, exoneração de qualquer responsabilidade pela prática dos atos que, indevida e injustamente, me são imputados. Somente assim, entendo, poderei dedicar-me ao sagrado direito de defesa, trazendo a necessária tranquilidade para a correta administração do esporte olímpico brasileiro e, logicamente, não interferindo no aperfeiçoamento e desenvolvimento de seus atletas”, indicou no documento.

Para os procuradores da força-tarefa da operação, as investigações avançaram de maneira significativa desde a deflagração da Operação Unfair Play, “tendo sido colhidos elementos que comprovam, de maneira irrefutável, como se deu a operacionalização dos pagamentos e indicam para a atuação de outros atores até então desconhecidos”.