Espaço Memória Carandiru é inaugurado em São Paulo
Um ambiente voltado à memória cultural do antigo maior presídio da América Latina, a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida por Carandiru, foi inaugurado nesta semana na Zona Norte da Capital. O Espaço Memória Carandiru está localizado dentro da Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude, construída no local onde funcionava o extinto presídio e faz parte do Centro Paula Souza (CPS).
O espaço foi instalado no piso térreo, onde havia a enfermaria da penitenciária e ainda preserva traços de sua arquitetura. É possível conferir centenas de objetos deixados pelos presos, como portas com pintura artística, utensílios de cozinha, máquina de tatuagem, artigos religiosos e camisas de futebol. O Espaço Memória Carandiru foi organizado por alunos e professores do curso técnico de Museologia da Etec Parque da Juventude.
A exposição permanente recebeu o nome de “Sobre Vivências – Os Últimos Anos do Carandiru” e faz parte do acervo disponibilizado pela fotógrafa Maureen Bisilliat, que realizou projetos com a população carcerária entre as décadas de 1980 e 1990.
“O Centro Paula Souza tem muito orgulho de fazer parte da trajetória de transformação do Carandiru. O trabalho dos alunos e dos professores na criação deste espaço servirá de modelo para outras iniciativas nacionais e internacionais voltadas à preservação da memória”, afirma a diretora-superintendente do CPS, Laura Laganá.
De acordo com a coordenadora do curso de Museologia da Etec Parque da Juventude, responsável pela organização do espaço, Cecilia Machado, as principais atrações do acervo são as soluções encontradas pelos internos para enfrentar as dificuldades do dia a dia. “Além de remontar o cenário onde viviam os presos, o local apresenta uma série de objetos criados por eles, mostrando a expressão artística e a criatividade dos detentos diante das limitações prisionais”, explica.
O Espaço Memória Carandiru é resultado da parceria entre o Centro Paula Souza, o Museu da Casa Brasileira e a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e foi financiado com recursos do Programa de Ação Cultural.
As visitas são gratuitas e mediadas por alunos do curso técnico de Museologia. Os interessados devem fazer agendamento prévio pelo site.