Manifestantes pró e contra Crivella protestam na Cinelândia
Enquanto os vereadores decidiam o futuro do prefeito do Rio de Janeiro, do lado de fora da Câmara grupos que defendiam cada um dos lados trocavam ofensas e acusações em plena Cinelândia. Manifestantes favoráveis a Crivella foram os primeiros a chegar e vaiavam todos os vereadores de oposição que entravam no prédio da Câmara. No entanto, o grupo pró-impeachment foi crescendo aos poucos e se tornou maioria na Cinelândia.
Nas escadarias da Câmara, houve bate-boca, trocas de acusações e alguns dos favoráveis ao impeachment tiveram seus cartazes rasgados ou arrancados.
A psicóloga Basília de Paula se disse indignada com os áudios da reunião do prefeito com 250 fiéis onde Crivella indicava como acelerar processos para obtenção de IPTU, entre outras facilidades. "Sou de uma religião de matriz africana. Tem terreiro que está há dois anos tentando obter a isenção do IPTU, que é prevista em lei. Hoje há no Rio de Janeiro uma perseguição à cultura negra", diz.
Já o comerciante Marcelo Francisco disse que a reunião não é motivo para impeachment. "Houve uma montagem dos áudios para prejudicá-lo. Já tivemos coisas absurdas no nosso país e nada ocorreu". Segundo ele, a oposição quer forçar uma crise que não existe.
Mais cedo, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou, por 29 votos a 16, o pedido de abertura de impeachment do prefeito, Marcelo Crivella, por crime de responsabilidade e improbidade administrativa. O pedido de afastamento citava uma reunião promovida pelo prefeito no Palácio da Cidade, sede oficial da prefeitura, no último dia 4, a um grupo de fiéis evangélicos, quando foram feitas promessas de atendimentos de saúde e isenção de IPTU para igrejas.