Palacete centenário em Botafogo é novo centro cultural do Rio
Botafogo é um bairro na zona sul do Rio de Janeiro que procura preservar seus casarões antigos. É lá que ficam construções onde funcionam atrações culturais como a Casa de Rui Barbosa, os museus do Índio e Villa Lobos e o Palácio do Catete. E ainda o Palácio da Cidade, sede da prefeitura da cidade. A eles se junta, a partir de hoje (3), a Casa Firjan, uma área de 10 mil metros quadrados onde estão um palacete e duas casas geminadas, todos de 1906, e que fazem parte do patrimônio histórico e cultural do Rio de Janeiro.
“É uma ruptura. É preciso ter essa conversa com a sociedade. E o Rio de Janeiro conversa com o Brasil”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, sobre o novo empreendimento.
A conversa com a sociedade é proposta no modelo do complexo cultural, voltado principalmente para a inovação, o empreendedorismo e o momento atual do mercado mundial de profissões. Segundo o Fórum Econômico Mundial de 2016, 30% das profissões atuais não existiam há 10 anos e 65% das crianças que entram hoje na escola vão trabalhar em profissões que ainda não existem.
A Casa Firjan vai abrigar exposições, música, cinema, restaurante, café, palestras, debates, cursos livres e laboratórios técnicos. A expectativa é de um público anual de 200 mil pessoas, que também poderá aproveitar os salões para recepções e reuniões e o terraço principal, ideal para happy hours.
Em estilo art nouveau, as três construções começaram a ser restauradas em 2011 e contam um pedaço da história da cidade. Foi construída por Eduardo Pallasim Guinle, fundador da Companhia Docas de Santos e avô de Octavio Guinle, que construiu o Copacabana Palace. O patriarca dos Guinle no Brasil deu o palacete para a sua filha, Celina, que morou lá com o marido, Linneo de Paula Machado e seus quatro filhos. A propriedade ficou com a família até 2005.
Junto às três construções centenárias, foi erguido um prédio em estilo contemporâneo, onde funcionarão os laboratórios da Firjan, voltados principalmente para a inovação. O projeto ganhou o segundo lugar do Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura por suas características de sustentabilidade e harmonia com o patrimônio histórico.
A exposição inaugural chama-se “Transformação” e ocupa três áreas do complexo. No palacete, o visitante tem contato com a mostra “Os pioneiros”, que destaca personalidades empreendedoras como Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá; José Granado (das Casas Granado) e a família Gelli. E a mostra a “Materialidade” que apresenta o trabalho dos artistas Raul Mourão, Gustavo Prado e Adriana Eu. Há ainda um terceiro espaço, onde o visitante brinca com a realidade virtual e o futuro das profissões, por interatividades.
Os jardins serão abertos à visitação. Assim como o café e o restaurante, que têm a assinatura da chef Flávia Quaresma. O ingresso da exposição custa R$ 10 (R$ 5, meia entrada), com gratuidade às terças-feiras.