ArtRio começa amanhã com 95% de expositores do próprio Brasil
A Marina da Glória, na zona sul do Rio de Janeiro, recebe entre hoje (27) e domingo (30) a feira ArtRio, Feira de Arte Internacional do Rio de Janeiro, que reunirá 87 expositores nacionais e estrangeiros e deve atrair 50 mil visitantes.
Com o dólar em alta, o que eleva os custos da participação de artistas estrangeiros, a organização do evento apostou em uma edição 95% brasileira, e montou um espaço para ampliar a presença da arte produzida fora da região Sudeste. Em outros anos, a presença estrangeira já ocupou 40% da feira.
“Com todas as dificuldades políticas e econômicas que a gente vem vivendo, este ano a gente decidiu fazer uma feira brasileira e privilegiando os artistas brasileiros. A gente tem um conteúdo vastíssimo”, disse a presidente e uma das sócias do ArtRio, Brenda Valansi.
Se, por um lado, a presença de expositores estrangeiros diminuiu, por outro, aumentou a presença de curadores e colecionadores de outros países. Este ano, serão 140, que se beneficiam de um real menos valorizado frente ao euro e ao dólar na hora de aumentar suas coleções. Brenda acredita que focar na arte brasileira aumentou o interesse de estrangeiros que já são admiradores da arte nacional e da arte latino-americana como um todo.
“Os estrangeiros estão muito felizes de ver essas obras de uma qualidade incrível e que para eles estão maravilhosas para comprar. A gente tomou a decisão certa de fazer a feira brasileira”.
As obras da ArtRio incluem desde peças que custam algumas centenas de reais até quadros que valem milhões, de mestres como Di Cavalcanti. Entre esses nomes estão também jovens artistas que foram escolhidos no Prêmio Foco, que dá visibilidade a três novos nomes da arte contemporânea e expõe o trabalho deles na feira. Quem coordena a escolha é o curador Bernardo Mosqueira, que também é responsável pelo espaço Brasil Contemporâneo, que traz artistas de galerias de fora do eixo Rio-São Paulo, onde está concentrada a maior parte do mercado de arte no país.
“O Brasil é gigantesco, mas grande parte das galerias é muito centrada em São Paulo e representa artistas paulistanos ou cariocas. A produção do Brasil é superdiversa, potente e plural. É difícil e necessário criar essas estratégias de curto-circuito”, defende Bernardo. Para ele, participar de um evento com as principais galerias do país é uma oportunidade para que esses profissionais troquem experiências e criem redes para impulsionar seus negócios.
Além de aumentar a visibilidade da produção regional brasileira, o espaço traz para o evento obras que fogem do cânone do que seria considerado arte contemporânea, como a arte indígena, a arte popular e o artesanato. “A gente tem a consciência de que não só os estrangeiros, mas também os brasileiros têm vontade de ver essa produção”.
O ingresso para visitar a feira custa R$ 40, e também é possível comprar um passaporte de quatro dias, por R$ 100. O evento funciona de 13h às 21h de quinta a sábado, com encerramento às 20h no domingo.