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Conversa com Roseann Kennedy entrevista ator e diretor Marcelo Serrado

Agência Brasil
Publicado em 10/09/2018 - 20:12
Brasília
Conversa com Roseann Kennedy entrevista ator e diretor Marcelo Serrado
© TV Brasil/Divulgação

Com 30 anos de carreira, o ator e diretor Marcelo Serrado já levou aos palcos e às telas quase 90 personagens e transita entre o drama e a comédia com a mesma desenvoltura de sucesso. No momento, está em cartaz com um dos seus papéis mais lembrados pelo público em Crô em Família e recebeu a equipe do Conversa com Roseann Kennedy, durante a pré-estreia do filme em Brasília. O programa vai ao ar hoje (10) às 21h15, na TV Brasil.

Crodoaldo, que surgiu como mordomo na novela da TV Globo Fina Estampa em 2011, fez tanto sucesso que virou personagem solo e Serrado afirma que já tem um pouco do DNA de Crô, como o balançar das mãos. Ele revela que é grato pelo papel que já virou até fantasia de carnaval e alegoria de escola de samba. “É um personagem que caiu no gosto popular. Quantos atores gostariam de ter um personagem assim, né?”, indaga.

Serrado faz um convite ao riso e diz que assistir ao filme é uma forma de desanuviar em meio a tantos problemas que o brasileiro enfrenta. “Queimou um museu. A gente paga uma grana para um deputado, e os museus e os teatros públicos? Um professor, quanto ganha? Então eu sou a favor dessas pessoas, das pessoas que ajudam a fazer um país melhor, os professores, os médicos. Eu acredito nesses caras. Não acredito em político nenhum”, desabafa.

Marcelo Serrado lembra que já se expôs politicamente e foi muito criticado. Hoje, avalia que não vale a pena tamanha exposição. “Então eu sou um cara que já me posicionei, mas agora não me posiciono mais. Não quero falar. Porque é um fla flu que não me interessa. Tem coisas muito maiores do que ficar falando dessas picuinhas. Vai ler um livro, vai estudar, vai namorar ou fazer outra coisa mais útil, ou vai ajudar o próximo. A vida está aí para ser vivida e não ficar de bobagenzinha.”

O ator também critica quem tem paixão cega pela política. “Tem gente que tem seita, acredita em seita. Eu não vou ficar idolatrando ninguém. Acho que a gente tem que ser correto. A gente tem um país muito grande com milhões de mazelas e a gente tem que pensar no próximo.” E complementa: “(Enquanto) a gente está brigando aqui, um de esquerda, outro de direita, outro de centro, um é coxinha, outro mortadela, os caras estão na calada da noite se reunindo e dizendo: – Vem cá, espera aí! Eu alivio você, você me alivia. Vamos tirar o negócio da segunda instância... É tudo igual, é uma laia, é uma corja, infelizmente.”

Nos cinemas, Marcelo Serrado já interpretou o juiz Sérgio Moro. Na vida real conta que é um defensor da Operação Lava Jato. “Eu acredito muito na Lava Jato, acho que é uma coisa fundamental para o nosso país. E é claro que em algum momento vai acabar porque existem forças mais fortes que isso. Eu não defendo bandido, não defendo partido nenhum”, ressalta.

Serrado vai interpretar Nicolau, na novela O Sétimo Guardião, que estreia em novembro na TV Globo. Por causa desse trabalho na televisão, decidiu dar uma pausa nas outras atividades, por um período de nove meses. A desacelerada também é para compensar o período anterior marcado por uma série de produções ao mesmo tempo. No primeiro semestre, Marcelo Serrado gravou seis filmes, estava em cartaz no teatro em duas peças –Os Vilões de Shakespeare e A Noviça Rebelde – e participou da versão internacional da série Amores Roubados.

Para ele, o bom de ser ator é poder fazer coisas diferentes. “Eu faço gay, aí eu faço um vilão, aí eu faço um personagem que vai aparecer na novela homofóbico, completamente fora dos padrões que eu acredito que uma pessoa sensata tem que ser”, observa, lembrando ainda que é preciso dedicação. “Não tem milagre na vida. Tem uma coisa chamada estudo. Eu estudei muito para chegar aonde eu cheguei”, conclui.