Defesa Civil descarta risco de desabamento do prédio do Museu Nacional
Após o incêndio no domingo (2) que destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro, a Defesa Civil descarta o risco de desabamento do prédio. Apesar de as paredes externas serem sólidas e não apresentarem danos, elementos da fachada como gradis, revestimentos e adornos, entretanto, podem ceder. Internamente, há risco de queda de lajes, vigas e divisórias. Por isso, a Defesa Civil mantém a interdição do prédio histórico.
Segundo o laudo emitido na tarde de ontem (3) pela Defesa Civil Municipal, “o quadro verificado caracteriza risco de desabamento internos, com paredes divisórias, sem amarração devido ao desabamento do telhado, dos pisos e elementos metálicos de reforço deformado pela ação do fogo, além do risco de queda de remanescentes das lajes intermediárias”.
Na área externa, o boletim relata que “verificou-se a incidência de altas temperaturas sobre elementos remanescentes da fachada, que apresenta algumas trincas e queda de revestimentos externo pontuais”.
De acordo com o coordenador técnico da Defesa Civil municipal, Luis André Moreira, o risco externo diz respeito à possível queda de elementos da fachada, afetados pelo calor ou pela água.
“Tem aquela parte dos gradis das varandas e sacadas, alguma pode cair na área de projeção, janelas com o madeiramento que pegou fogo. As estátuas que estão no teto, no beiral da fachada, tem que ser visto se alguma está com problema e pode cair. Por isso, a gente manteve o isolamento de toda a área de projeção da marquise”, alerta.
Moreira relata que a atuação da Defesa Civil já foi encerrada, permanecendo a interdição até o início dos trabalhos de engenharia. “Serviços de retirada dos escombros, de demolição das paredes internas e lajes que oferecem risco, isso tudo é feito por uma empresa de engenharia particular a ser contratada pela direção do museu. A Defesa Civil não executa nenhum tipo de obras no local”.
De acordo com ele, que esteve no local pela manhã, os bombeiros seguem trabalhando e a Polícia Federal já iniciou a perícia. “Agora o que tem que fazer é a previsão de obras internas, para restabelecer as condições de segurança e retirar aqueles escombros que estão no interior, para que os funcionários façam um peneiramento desses escombros para ver se tem alguma peça, algum objeto do museu que possa ser recuperado”.
A única parte que não foi interditada é o anexo do museu. “Existe uma construção que é distante do museu, tem uma coleção de insetos, uma parte refrigerada, é uma construção independente da estrutura toda que está interditada.”
O Corpo de Bombeiros informou que não há mais focos de incêndio no prédio e que continua fazendo trabalho de rescaldo. Procurada pela reportagem, a Polícia Federal não respondeu sobre o trabalho de perícia e segurança no local. A assessoria do museu também não informou sobre a contratação de uma empresa de engenharia.