Missão da Unesco chega ao RJ para avaliar restauro do Museu Nacional
Uma especialista ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e outro vinculado ao Centro de Estudos sobre a Preservação e Restauração de Bens Culturais (Iccrom) começam a trabalhar no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13), quando terão uma reunião técnica. Inicialmente, farão uma avaliação das emergências para as ações de reconstrução e restauração do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Os especialistas têm vasta experiência na área de restauro, considerando que 90% dos 20 milhões de itens do museu foram destruídos pelo fogo do último dia 2. A chefe da missão da Unesco, Cristina Menegazzi, é responsável, desde 2014, pelo Programa de Salvaguarda de Emergência do Patrimônio Cultural Sírio, no escritório da entidade em Beirute, no Líbano.
Doutora em Gestão de Risco de Desastres do Patrimônio Cultural pela Universidade de Viterbo-Roma, na Itália, Menegazzi atua há mais de 25 anos na área de patrimônio cultural, com foco em conservação e preservação de coleções, práticas de museus, desenvolvimento de projetos, políticas e pesquisas estratégicas, planejamento cultural, gestão de equipes e projetos, bem como na captação de recursos.
Bacharel em História da Arte pela Universidade de Bolonha, a especialista da Unesco tem mestrados em Conservação Preventiva do Patrimônio Cultural pela Universidade Sorbonne (Paris), em Gestão e Conservação de Museus pela escola estatal francesa (Institut National du Patrimoine) e em Arte Contemporânea pela Universidade de Bolonha.
Outro integrante é José Luiz Perdessoli Junior é gestor de projetos de conservação de coleções do Iccrom, na Itália. Tem experiência nas áreas de gestão de risco ao patrimônio cultural, de ciência de materiais aplicada à preservação de bens culturais (mais especificamente de coleções em papel e materiais relacionados), de princípios científicos para a conservação e de processos de tomada de decisão para conservação do patrimônio.
Perdessoli é graduado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Química de Polímeros, com ênfase nas aplicações na área de conservação de patrimônio, pela Universidade de Helsinque (Finlândia).
Apoio
Após o incêndio, o presidente Michel Temer pediu apoio internacional para buscar resgatar o museu e montou um comitê gestor interministerial – Relações Exteriores, Cultura, Educação e Casa Civil – para administrar o trabalho de cooperação.
A previsão é que, pelos próximos 12 meses, seja organizada toda a reestruturação do Museu Nacional do Rio, inclusive o novo acervo.
Paralelamente aos projetos e às obras de arquitetura, o governo quer realizar uma campanha internacional para recompor, mediante doações e aquisições, o acervo do Museu Nacional.
Vários governos manifestaram interesse em ajudar o Brasil, como França, Portugal, Bulgária, México, China, Chile e Egito. Responsáveis por museus, como o Louvre da França, também se colocaram à disposição do Brasil para colaborar.