Reitor da UFRJ defende linha de crédito para manutenção de museus
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, disse hoje (3) que é preciso ter uma linha de crédito especifica para a manutenção de prédios tombados e museus do país.
“Sem dinheiro, obviamente, todo o patrimônio público de museus, os nossos laboratórios de pesquisa, todos correm risco. Temos conversado isso com o Ministério da Educação, também tratamos desse tema com o Ministério da Cultura, mas infelizmente não conseguimos linhas de financiamento pelos próprios ministérios.”
O reitor esteve ontem (2) à noite acompanhando os trabalhos dos bombeiros para controlar o incêndio que atingiu o Museu Nacional, que é administrado pela UFRJ. Hoje pela manhã, lembrou-se do convênio assinado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no último dia 6 de junho, mas que ainda não teve a verba liberada.
“Em 2015, nós começamos a construir junto com o BNDES um projeto de recuperação, com vista aos 200 anos do museu. A linha de financiamento que nós teríamos para fazer uma modernização no combate a incêndio seria feita com recurso do BNDES. O projeto foi aprovado e, infelizmente, não foi possível fazer a liberação dos recursos para impedir esse momento trágico, brutal e o que é pior: que está no radar e cenário das restrições de cultura, e prédios tombados em nosso país. O projeto foi aprovado recentemente, nos últimos meses, e nós estamos esperando a liberação das verbas.”
Segundo ele, o próximo passo é conseguir a liberação do terreno anexo para alocar setores administrativos e de pesquisa. "Nós temos programas de pós-graduação, grupos de pesquisa. Neste museu, nós temos a memória de povos indígenas, de idiomas indígenas, temos patrimônio da biodiversidade e todo esse patrimônio terá que ser reconstruído”, disse o reitor.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, disse que a destruição do acervo histórico do museu, criado por Dom João VI em 1818 e que serviu como palácio imperial, era uma perda lamentável. “É um momento de luto, uma perda inestimável de um acervo que é parte da memória do Brasil e do mundo. Perdemos aqui uma parte importante do mobiliário e dos símbolos da nossa Coroa, do Primeiro Império. Não vamos permitir que isso permaneça em escombros. Vamos unir forças com o governo federal e o governo estadual para reconstruir o museu”, afirmou.
*Estagiária sob a supervisão de Mario Toledo