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Barragem não era considerada de alto risco, diz relatório da ANA

Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/01/2019 - 20:35
Brasília
Rescue crew work in a dam owned by Brazilian miner Vale SA that burst, in Brumadinho, Brazil January 25, 2019. REUTERS/Washington Alves
© REUTERS/Washington Alves/Direitos Reservados

A barragem da Vale, rompida no início da tarde de hoje (25) em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, estava classificada como de baixo risco de acidentes e alto potencial de danos. A informação consta do Relatório de Segurança de Barragens, elaborado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a partir de informações prestadas por órgãos fiscalizadores ligados àa temática.

A house is seen in an area next to a dam owned by Brazilian miner Vale SA that burst, in Brumadinho, Brazil January 25, 2019. REUTERS/Washington Alves
Barragem rompida em Minas tinha alto potencial de danos, diz a ANA - Reuters/Washington Alves/Direitos Reservados

A última edição do relatório foi lançada em novembro do ano passado, com informações relativas a 2017. Em nota encaminhada nesta tarde, a agência reguladora reafirmou que, para elaborar o documento, encaminhou formulário para os órgãos fiscalizadores, que declararam as informações sobre as barragens sob sua responsabilidade.

"Neste questionário, a ANA perguntou quais barragens estariam em situação crítica e a barragem rompida nesta sexta-feira não foi apontada como crítica pela Agência Nacional de Mineração (ANM), responsável pelas informações das barragens de rejeito de minério", disse a agência, por meio de nota. A agência disse ainda que, para informações sobre a barragem de rejeito de minério da Vale, a ANM deve ser consultada.

Mais cedo, a ANA informou que está monitorando a onda de rejeitos da barragem, pois havia a preocupação de que esse material atingisse a Usina Hidrelétrica Retiro Baixo, mas que a barragem da usina, localizada a 220 quilômetro do local do rompimento, possibilitará amortecimento da onda de rejeito. "Estima-se que essa onda atingirá a usina em cerca de três a quatro dias", diz a nota.

A agência destacou que se solidariza com os afetados pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão e informou que está coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do Rio Paraopeba. "Estamos em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento".

O relatório de 2017 aponta 45 barragens com risco de rompimento. Segundo o documento, o Brasil tem cerca de 23 mil barragens identificadas para diversas finalidades, como geração de energia, acúmulo de água ou rejeito de minérios, caso da que se rompeu hoje.

*Matéria alterada às 12h33 do dia 26/01 para atualizar informação da ANA. Diferentemente do informado no quarto parágrafo, o tempo estimado para que a onda de rejeitos atinja a Usina Hidrelétrica Retiro Baixo é de três a quatro dias e não dois como informado inicialmente