logo Agência Brasil
Geral

Lapa inaugura mobiliário urbano na Praça dos Arcos

Nova atração é declaração de amor ao bairro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 10/01/2019 - 13:29
Rio de Janeiro
A Lapa, no centro do Rio de Janeiro, ganha mobiliário urbano com a frase RioAmaLapa.
© Tomaz Silva/Agência Brasil

A Lapa, um dos mais conhecidos bairros boêmios do Rio de Janeiro, ganhou hoje (10) mais um ponto de atração, com a inauguração do mobiliário urbano com a frase RioAmaLapa, na Praça Cardeal Câmara, também chamada de Praça dos Arcos. O objetivo é valorizar a região do Rio Antigo e incentivar a presença de visitantes não apenas no período noturno.

 

A Lapa, no centro do Rio de Janeiro, ganha mobiliário urbano com a frase RioAmaLapa.
Conhecido bairro boêmio do Rio, Lapa inaugura na Praça dos Arcos sua nova atração - Tomaz Silva/Agência Brasil

“Que isso seja o marco de uma maior atenção para aquela região, que é o terceiro destino turístico diurno e o primeiro noturno [da cidade]. Não tem nenhum lugar no Rio de Janeiro que receba maior fluxo de visitantes que a Lapa à noite. Sexta e sábado são 30 mil pessoas por dia ali”, disse o presidente do Polo Novo Rio Antigo, Thiago Cesário Alvim, um dos parceiros do projeto.

A escultura, produzida em chapas galvanizadas com acabamento em pintura automotiva e tratamento anticorrosivo, foi inspirada em peças instaladas como Amsterdã, na Holanda, e Nova York, nos Estados Unidos, onde existe mobiliário urbano com frases idênticas homenageando as duas em cidades.Na Lapa, a peça tem 2 metros (m) de altura por 11m de largura e fica a 80m de distância dos Arcos da Lapa. No lugar da palavra "ama", a escultura tem o desenho de um coração.

O diretor de Criação e Conteúdo, Caio Leitão, um dos três autores do desenho do mobiliário, disse que fazer um coração vermelho seria meio óbvio, por isso, resolveram pintar nele vários símbolos do bairro. “Buscamos trazer elementos de característica do próprio bairro dentro do coração e trazer um pouco de cor e de vida. Ficou vivo e interessante. Tem o bondinho [de Santa Teresa], o malandro, mas tudo de uma forma alegre”, ressaltou Caio, lembrando que foi um trabalho coletivo, que teve também como autores Marcelo Rodrigues e Paul Davies.

“A gente precisa cuidar da cidade e o coração simboliza isso. Cada dia mais tem que transmitir esse amor e essa paz. A gente vive momentos tão difíceis e tão radicais”.

A Lapa, no centro do Rio de Janeiro, ganha mobiliário urbano com a frase RioAmaLapa.
Apresentação durante a inauguração de mobiliário urbano na Lapa, Rio de Janeiro - Tomaz Silva/Agência Brasil

# RioAmaLapa

Caio Leitão espera que, como ocorre nas outras cidades, a # RioAmaLapa seja muito reproduzida em redes sociais e ajude na divulgação da região. “A ideia é que isso gere também uma mídia espontânea nas redes sociais, que as pessoas tirem foto e levem um pouquinho da Lapa para casa”, afirmou.

O projeto para a instalação do RioAmaLapa levou 8 meses para ser concluído. Nesse período foram várias as reuniões entre os parceiros da iniciativa privada e de órgãos públicos. O Polo Novo Rio Antigo, associação que reúne mais de 120 empreendimentos locais entre antiquários, confeitarias, hotéis, bares e espaços musicais na região da Lapa, da Rua do Lavradio, da Praça Tiradentes, da Rua da Carioca, da Cinelândia e dos arredores, se juntou à Secretaria de Estado de Cultura, à Superintendência do Centro da Prefeitura do Rio, ao Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, com apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A iniciativa teve patrocínio cultural da cerveja Antarctica (Ambev). 

É um processo que se multiplica. É um projeto de valorização e de pertencimento em que a gente se sente mais orgulhoso e mais motivado a cuidar mais do local”, resumiu Thiago Cesário Alvim.

Segurança

Para garantir mais segurança no local,será ampliado o Programa Lapa Presente, especialmente no período noturno, informou Thiago. Segundo ele, além disso, foi pedido ao 5º BPM mais patrulhamento durante o dia. “A parte diurna tem que ter uma viatura permanente nos Arcos da Lapa”, disse Thiago. A Guarda Municipal também deve reforçar o trabalho dos agentes na região. O objetivo é que todos os que vão conhecer a Escadaria Selarón (obra arquitetônica decorada pelo artista chileno radicado no Brasil Jorge Selarón, localizada entre os bairros de Santa Teresa e Lapa) visitem também o mobiliário nos Arcos da Lapa e que façam "uma foto ali com toda a segurança que merecem”.

Na visão do idealizador do projeto, o ex-subsecretário de Estado de Cultura e empreendedor cultural Léo Feijó, a iniciativa ajudará a chamar atenção dos órgãos públicos e de instituições que atuam na área para o desenvolvimento de melhorias para a região, que já foi considerada perigosa. “A ideia é que haja uma responsabilidade compartilhada de moradores, com empreendedores e com o poder público para que se encontrem soluções para os problemas.”

Para Feijó, a Lapa é muito associada à vida noturna, mas tem potencial também como destino turístico durante o dia. "É um desejo coletivo de que a Lapa também fosse ocupada durante o dia com arte, música, que os restaurantes tivessem mais público, que os grupos culturais da região pudessem receber os visitantes para contar um pouco da história da cidade Há muito potencial para tudo isso acontecer.”

A Lapa, no centro do Rio de Janeiro, ganha mobiliário urbano com a frase RioAmaLapa.
O objetivo é valorizar a região do Rio Antigo e incentivar a presença de visitantes no bairro não apenas no período noturno - Tomaz Silva/Agência Brasil

Distrito Cultural

Léo Feijó lembrou que a região tem ainda a Catedral Metropolitana, a Petrobras e a sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e grandes condomínios empresariais que também sofrem impactos com o que ocorre na área.

Por isso, Feijó destacou que a instalação do mobiliário urbano na Praça dos Arcos pode ser o início da retomada do Distrito Cultural da Lapa, criado em 2000 para ser um novo modelo de governança com a junção do poder público e da sociedade civil. “A gente está chamando novamente a prefeitura e o Iphan para reacender essa discussão. Quais são as responsabilidades de cada um e como a gente pode trabalhar junto”, observou.

Expansão

O diretor de Criação e Conteúdo, Caio Leitão, disse esperar que a inciativa seja levada a outros bairros do Rio de Janeiro. “Que a gente comece a ter esse engajamento legal e reverter para a cidade não só a cultura de se divertir e depois não cuidar”, afirmou.