TCE-SP determina que DER transfira marginais para a prefeitura
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo determinou que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão do governo estadual, transfira a propriedade das marginais Tietê e Pinheiros e das pontes e viadutos construídos pelo órgão em toda a extensão das duas vias para a prefeitura da capital paulista.
A decisão foi tomada devido ao impasse entre o órgão e a administração municipal, que ao longo de 20 anos impediu a manutenção do viaduto que cedeu na Marginal Pinheiros, em novembro passado. O viaduto continua interditado para reforma e segundo as previsões da prefeitura, deve ser reaberto para os veículos em maio.
De acordo com o despacho do TCE, a determinação decorre da notícia de que já havia comunicação da prefeitura junto ao DER dizendo que em 2012 o viaduto foi vistoriado, ocasião em que se constatou problemas, e da existência desde 1997 de processo de transferência da posse do viaduto, com ofício datado de 2013, enfatizando a necessidade de transferência para inclusão no Programa de Recuperação de Obras da prefeitura.
Além disso, o TCE questiona a existência das três pendências para efetivar a transferência e novo ofício da prefeitura confirmando nova inspeção visual que constatou dilatação, fissura nos pilares e concreto desgastado com armadura expostas.
Por meio de nota, o DER disse que respeita a decisão do TCE e informa que técnicos do estado e da prefeitura de São Paulo já estão trabalhando para que as obras sejam transferidas oficialmente ao município.
Prefeitura
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse hoje (6) que a determinação do DER foi para o governo do estado e não é nenhuma obrigação para a prefeitura. "Estamos à disposição para discutir a propriedade, a posse dessas pontes e viadutos. Mas volto a dizer, desde o início, essa é uma questão secundária. Desde que aconteceu o acidente, a prefeitura assumiu a responsabilidade, fez contratação emergencial, está reparando a ponte da Marginal Tietê e o viaduto. Depois discutimos a reparação desse espaço".
Covas disse que "o que a cidade está colhendo hoje" não é um problema jurídico e sim "cultural, por falta de manutenção da cidade e do Brasil. "Independente que isso seja da prefeitura, do estado ou da União, pouco importa. Isso está acontecendo aqui no município de São Paulo e por isso a prefeitura resolveu assumir a responsabilidade pela manutenção, pela contratação de laudos para as outras pontes e viadutos e é nisso que estamos trabalhando".
* Matéria atualizada às 14h49 para incluir declaração do prefeito de São Paulo, Bruno Covas