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Com previsão de mais chuva, Defesa Civil atua no litoral norte de SP

Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/03/2019 - 22:42
São Paulo
Pessoas caminham por uma rua inundada após fortes chuvas no bairro de Vila Prudente, em São Paulo.
© Amanda Perobelli/Reuters/Direitos reservados
Pessoas caminham por uma rua inundada após fortes chuvas no bairro de Vila Prudente, em São Paulo.
© Amanda Perobelli/Reuters/Direitos reservados

Equipes da Defesa Civil dos municípios do litoral norte paulista realizam vistorias nas áreas de risco devido à previsão de mais chuvas na região. A expectativa do órgão é de que pode chover até 200 milímetros (mm) nas próximas horas. O coordenador da Defesa Civil do estado de São Paulo, Walter Nyakas, participou de reunião, na tarde de hoje (11), com secretários estaduais e representantes da Polícia Militar, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

“Para essa noite, temos chuvas fortes para aquela região também. Então preventivamente articulamos com todas as defesas civis municipais para que realizem as vistorias nas áreas de risco, retirando preventivamente aquelas pessoas que por ventura estejam naquelas localidades”, disse Nyakas, citando cidades como Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião. Segundo Nyakas, o efetivo da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros será reforçado nesses locais.

Em Ribeirão Pires, na região metropolitana de São Paulo, 30 pessoas ficaram desabrigadas e estão alojadas em uma igreja do município. A Defesa Civil estadual informou que não tem informações dos demais municípios. Apesar do mapeamento das áreas de risco do estado realizado pelo órgão, Nyakas não divulgou o número de habitantes dessas áreas.

Ele informou, no entanto, que a orientação da Defesa Civil para os habitantes de regiões que foram atingidas por alagamento e inundações é para que evitem sair de casa e esperem o nível das águas baixarem.

Riscos

O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, reforçou a orientação para que as pessoas se abriguem em locais seguros e não saiam durante a chuva e nem em regiões alagadas. Ele alegou também que muitos moradores de área de risco resistem em deixar de suas casas.

“A questão principalmente dos desbarrancamentos e desmoronamentos é uma questão das pessoas que moram em áreas de risco e ainda resistem com algumas remoções. Nos alagamentos, até onde nós constatamos, houve questões de quererem enfrentar o alagamento. E também existem as pessoas que estão na rua e quando ocorre o alagamento, são informadas, são avisadas, mas também não podemos impedir e inibir o direito de ir e vir”, disse Penido.

Questionado se as vítimas do desmoronamento em Ribeirão Pires – onde morreram quatro pessoas – tinham sido avisadas dos riscos, ele respondeu que não poderia falar especificamente deste caso. “Hoje todos nós acompanhamos as imagens da televisão e vimos a localização da casa e a situação onde houve o deslizamento. É visível que aquilo era uma área de risco”.

Sobre a ocupação de áreas de risco já identificadas pelo governo, ele disse que “sempre há o trabalho de evitar que as construções [nessas áreas] sejam efetivadas”. No entanto, diante na necessidade de realocação das famílias que vivem no locais de risco, “não se consegue ter esse atendimento habitacional definitivo [para as famílias] dentro do prazo que se tem, até por uma questão de recursos, de espaço para se construir e do próprio tempo para se construir”. A demanda da região metropolitana por habitação é de 600 mil unidades, segundo Penido.

Trem

A linha 10-Turquesa da CPTM voltou a funcionar no início desta noite com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Brás e Rio Grande da Serra, devido às fortes chuvas. A linha não chegou a abrir a operação às 4h40 de hoje, como ocorre normalmente.

Às 19h40, o Corpo de Bombeiros informou que desde as 0h foram 173 chamados para desabamentos, 129 para árvores - seja queda iminente ou vistoria técnica operacional, e 863 para enchentes.