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Torcida vibra em SP com classificação do Brasil no Mundial feminino

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 18/06/2019 - 19:17
São Paulo
Torcedores assistem ao jogo do Brasil contra Itália pela Copa do Mundo Feminina, no Museu do Futebol, Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
© Rovena Rosa/Agência Brasil

Com muito samba. Assim começou o jogo da seleção feminina brasileira contra a Itália no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. Com camisas da seleção, bandeiras e instrumentos musicais, um grupo de mulheres entrou no museu e percorreu todo o espaço expositivo convidando os visitantes a assistir a mais um jogo da seleção na Copa do Mundo de Futebol Feminino, competição que acontece na França. Um grande telão foi montado no museu para que o público acompanhe as partidas ao vivo.

Quem acompanhou o jogo no local, reagiu com palmas e gritos à vitória da seleção por 1 a 0, que garantiu a classificação para a próxima fase. Houve momentos de muita celebração, como o quase gol de letra de Debinha e o quase gol olímpico de Marta. Mas houve também momentos de muita tensão, como quando o gol da Itália foi anulado por impedimento, e pressão nos minutos finais do primeiro tempo. O momento de maior vibração no primeiro tempo foi com a grande defesa da goleira brasileira Bárbara, aos 39 minutos.

No segundo tempo, a torcida se conteve mais até a cobrança de falta da seleção brasileira, com a bola na trave de Andressinha, aos 6 minutos, que arrancou muitos gritos. Também houve muitos aplausos para as jogadoras Cristiane e Marta, que foram substituídas no decorrer do segundo tempo.

O momento de maior vibração foi mesmo com o gol brasileiro, na cobrança de pênalti da maior artilheira de todas as Copas, Marta, com 17 gols. A comemoração foi tão intensa que fez o museu vibrar. A torcida se levantou, gritou e pulou muito, celebrando o gol que garantiu o Brasil na próxima fase da competição.

Torcida

A jogadora Cacau Fernandes, do Corinthians, e a ex-jogadora Gabriela Kivitz, que idealizaram a música Jogadeira, estiveram no museu para torcer pela seleção. “Essa música também faz parte das conquistas do futebol feminino, o que não tinha antigamente. Antigamente os jogos nem passavam na TV. Para o futebol feminino é muito bom ter uma música, porque nunca teve”, disse Cacau.

Sobre o jogo, Cacau elogiou a vitória da seleção, mas lembrou que a vitória veio em um jogo complicado. “Foi um jogo difícil. A gente já sabia que seria um jogo difícil porque a Itália está bem na Copa. O Brasil começou bem, depois teve algumas dificuldades e no final melhorou com as trocas. Mas graças a Deus ganharam”, disse Cacau.

“O Klose (jogador da Alemanha) tinha roubado a artilharia das Copas do Ronaldo (Fenômeno), mas conquistamos isso de novo com a Marta. Ela representa muito para o nosso futebol brasileiro. E é interessante ver ela jogando com essa nova geração, que vai continuar esse legado”, disse Gabriela.

Torcedores assistem ao jogo do Brasil contra Itália pela Copa do Mundo Feminina, no Museu do Futebol, Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Ritmo de samba embalou a torcida que foi acompanhar a transmissão do jogo Brasil X Itália, no Museu do Futebol, no Pacaembu - Rovena Rosa/Agência Brasil

Visitantes estrangeiros que estavam no museu hoje também assistiram à partida. Um deles foi o chileno Pedro Mario P. Cabrera, 27 anos, que na noite de ontem viu a seleção de seu país bater o Japão por 4 a 0 no Morumbi e hoje veio conhecer o museu. “Foi um jogo muito bom. A Marta passou o Klose na artilharia. Espero que o Brasil vá muito bem e possa conquistar a Copa do Mundo”, disse ele.

“Para a gente é uma alegria poder mostar o jogo porque é a primeira vez que o jogo é exibido na TV com frequência. Não só os do Brasil. O museu tem que apoiar a seleção brasileira e o futebol de mulheres para formar público”, disse Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu de Futebol, em entrevista à Agência Brasil.

Para ela, essa competição tem um aspecto diferente para a seleção brasileira. "É a útlima vez que vamos ter Marta, Formiga e Cristiane, esse trio incrível. A gente sabe que algumas jogadoras foram cortadas por lesões. Essas jogadoras estão fazendo falta. Mas quem sabe não conseguimos passar para as próximas fases”, disse Daniela.

Exposição Contra-Ataque!

O Museu do Futebol está transmitindo todos os jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Quem for ao museu, além de assistir aos jogos, poderá também ver a exposição temporária Contra-Ataque! As Mulheres do Futebol, que mostra o caminho trilhado pelas mulheres brasileiras para jogar futebol e chegar à seleção. A exposição mostra, inclusive, que as mulheres foram proibidas de jogar futebol no Brasil por 40 anos. “Me chamou muito a atenção o tema da história do futebol feminino no Brasil porque no Chile, ainda é um esporte que está crescendo. As mulheres estão começando a jogar”, falou o torcedor chileno que esteve visitando hoje o museu.

“Temos alcançado um público feminino jovem que era um público que não vinha normalmente ao museu. O museu, desde a sua abertura, recebe mais homens do que mulheres. E isso para os museus é novidade porque geralmente os equipamentos culturais, todos, recebem mais mulheres que homens. Agora, pela primeira vez, nesta exposição, estamos trazendo a menina que quer ser jogadora, quer se inspirar nas histórias das jogadoras que trazemos nessa exposição. E elas vêm para torcer também, para assistir jogos”, falou Daniela.

Torcedores assistem ao jogo do Brasil contra Itália pela Copa do Mundo Feminina, no Museu do Futebol, Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
Torcedores assistem ao jogo do Brasil contra Itália pela Copa do Mundo Feminina, no Museu do Futebol, Estádio do Pacaembu, em São Paulo. - Rovena Rosa/Agência Brasil