Países ibero-americanos discutem ampliação de economia criativa
Representantes de 18 países de estados Ibero-americanos se encontraram na primeira reunião de alto nível de representantes ministeriais e institucionais de Cultura da Ibero-América nesta quarta-feira (3), na capital paulista.
O evento é promovido pela Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), que une países da Península Ibérica e da América Latina. Participam vice-ministros e secretários de Cultura de governos de 18 países, além de diretores de fundações culturais. Durante a reunião, que segue até quinta-feira (4), serão discutidas formas de ampliar o fomento e a economia criativa na região.
"Daqui saem alianças importantes e também motivações, pois têm discursos potentes para motivar. E também é importante para provocar. Por exemplo, alguns países que têm menos incentivo à cultura acabam tendo mais visibilidade do que o Brasil, que enxerga a cultura de forma muito diferente, não investe em conservatório de música como acontece em outros países", disse o Secretário Geral da OEI, Mariano Jabonero.
De acordo com Rafael Callou, diretor da OEI no Brasil, o objetivo do evento é unir países com desafios semelhantes. ”É exatamente possibilitar esse ambiente, para se articular, tendo em vista a superação desses desafios e como eles percebem êxitos e dificuldades que alguns outros pares podem ter e que ao mesmo tempo apontem eventuais caminhos”.
Experiência Espanhola
O diretor de Relações Culturais e Científicas do Ministério de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Albero, ressaltou que em seu país a cultura é atrelada à cidadania.
"A Espanha coloca a cultura como elemento essencial. Os centros culturais são os que mais ajudam com a cidadania, com o empoderamento e produz pensamento crítico. Os centros de cultura nos fazem crescer do ponto de vista do desenvolvimento sustentável e não é possível o avançar no desenvolvimento sustentável sem a cultura e sem a educação", alertou Albero.
Bolívia
Já o Secretário de Cultura de La Paz, na Bolívia, Andrés Saratti, salientou os resultados que a promoção da cultura traz para os países. "Chegamos numa maturidade para entender que a cultura é fundamental. Os investimentos nessa área têm resultados contundentes. Mas temos que pensar como podemos gerar ações conjuntas nos âmbitos regionais. Precisamos é aumentar a quantidade de países que tenham leis de cultura, precisamos ter mais amplitude das ações".
Para Saratti, a cultura é o quarto pilar do desenvolvimento. "É um instrumento de desenvolvimento e inovação criativa. A cultura promove a qualidade de vida dos cidadãos. Precisamos de uma política que tenha uma visão mais integral, com educação, economia e sustentabilidade. A cidadania tem o eixo central como força", destacou.
Economia
Dados da OEI mostram que no Brasil, as atividades culturais e criativas geram 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB), superior a setores tradicionais como o têxtil e de eletroeletrônicos.