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Justiça ouve militares acusados de atingir carro em que morreu músico

Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/08/2019 - 07:26
Rio de Janeiro

A Justiça Militar Federal ouve, na próxima segunda-feira, (26), integrantes da PM do Rio de Janeiro, testemunhas de defesa dos 12 militares do Exército acusados pela morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, que estava em um carro alvejado com 80 tiros,  quando passava com a família em Guadalupe, na zona norte da capital. Um catador de papel foi socorrer o músico e também acabou morto. O crime ocorreu no dia 7 de abril deste ano, um domingo, quando o carro foi supostamente confundido com um automóvel em que estariam criminosos e foi metralhado pelos militares.

Onze dias depois, o catador de papel Luciano Macedo, de 27 anos, morreu no Hospital Carlos Chagas, na zona norte da cidade. Macedo também foi atingido com três tiros nas costas por militares do Exército, na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa. Ele passava na hora e tentou socorrer o músico, quando também recebeu tiros de fuzil.

Na terça-feira (27), a Justiça Militar fará o  interrogatório de todos os 12 militares acusados do crime, que serão ouvidos individualmente,  pela primeira vez, no processo criminal. As audiências serão conduzidas pela juíza Mariana Queiroz Aquino Campos.

Os militares foram denunciados à Justiça Militar da União no dia 11 de maio pelos crimes de homicídio qualificado e omissão de socorro, por supostamente não terem prestado assistência às vítimas.

O caso

A Justiça Militar aceitou a denúncia do Ministério Público Militar (MPM) no dia 11 de maio e transformou em réus 12 integrantes do Exército no caso do carro em Guadalupe, Um segundo-tenente, um terceiro-sargento, dois cabos e oito soldados vão responder por homicídio qualificado, tentativa qualificada e omissão de socorro.

De acordo com o MPM, os militares buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford Ka branco. O sogro do músico foi ferido na ação, enquanto sua mulher, seu filho e uma amiga que também estavam no veículo não foram atingidos. O catador Luciano foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu 11 dias depois no hospital.