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Pela primeira vez, missão de pesquisadores nordestinos irá à Antártica

Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/10/2019 - 21:13
Brasília
O NPo Almirante Maximiano (H-41), ex-Ocean Empress, é um navio de pesquisa polar da Marinha do Brasil.
© Alan Arrais/NBR/Agência Brasil

Nesta terça-feira (8), parte do Rio de Janeiro a primeira missão comandada por instituições de pesquisa nordestinas rumo à Antártica. A iniciativa, que ganhou o nome Proantar Nordeste, vai explorar áreas na região para identificar diversos aspectos, das características atmosféricas à biodiversidade existente nas águas.

O projeto é coordenado por programas de pesquisa das universidades federais da Bahia e de Pernambuco, com parcerias com outras instituições, como as universidades federais do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O grupo também conta com a participação das universidades de Tóquio, da Carolina do Norte (EUA), da Estação Zoológica Anton Dohrn (Itália) e do Centro Helmholtz para Pesquisa de Costa (Alemanha).  No total, 10 pesquisadores farão parte da missão.

Serão duas campanhas, ou “pernadas”, como investigadores do tema chamam. A primeira irá do Rio de Janeiro até Punta Arenas, no Sul do Chile. A segunda partirá da cidade chilena até a Antártica no início de novembro. A perspectiva é que a missão retorne no fim do mês que vem.

Segundo o coordenador do projeto, professor Moacyr de Araújo Filho, da UFPE, as áreas que serão estudadas são marcadas por redemoinhos fortes, com propriedades “diferenciadas”. “Uma das propriedades é a biodiversidade maior nesses grandes vórtices. Esta biodiversidade faz com que essas regiões se tornem oásis de biodiversidade no oceano”, explica o acadêmico.

O intuito é compreender porque a área, denominada “região de Confluência Brasil-Malvinas” (CBM), é formada por essa riqueza de biodiversidade. Para isso, pretende analisar diversos aspectos dessa área, como propriedades físicas, químicas, biológicas e atmosféricas nos locais objeto da investigação.

Tais estruturas, acrescenta Araújo Filho, interferem no balanço da troca de gás carbônico e de calor entre oceano e atmosfera, além de impactar no transporte de espécies de um oceano para outro. “Temos uma relação direta entre a missão e mudanças do clima, além da importância da pesquisa sobre a riqueza da biodiversidade dos oceanos”, complementa o coordenador do projeto.

Matéria ampliada às 16:09 do dia 8 de outubro para acrescentar instituições participantes do projeto.